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Apenas uns dias após ter assumido a Coroa britânica, o reinado de Carlos III já está a ser alvo de críticas, depois de ter sido divulgada uma notícia pelo The Guardian que referia que até 100 funcionários da Clarence House, a antiga residência do rei, tinham os seus empregos em riscos.
Segundo avançado pelo jornal britânico, os funcionários foram notificados de que podiam perder os seus empregos após o rei e a rainha consorte se mudarem para o Palácio de Buckingham, residência oficial dos monarcas na capital. O jornal adiantou ainda que, de acordo com a informação vinda a público, os trabalhadores não são representados por nenhum sindicato.
Numa altura em que o Reino Unido ainda se encontra num período de luto, o Sindicato dos Serviços Públicos e Comerciais descreveu a situação sobre os cortes de postos de trabalho neste período conturbado como “nada menos do que insensível”. Mark Serwotka, secretário-geral do sindicato, condenou a situação e referiu que, “embora fosse de esperar algumas mudanças nas equipas, pois os papéis em toda a família real vão mudar, a escala e a velocidade a que isto foi anunciado é extremamente insensível”.
Alguns dos funcionários em questão trabalhavam na Clarence House há décadas. “Os nossos funcionários prestaram um longo e leal serviço e, embora alguns despedimentos sejam inevitáveis, temos trabalhado urgentemente para identificar funções alternativas para o maior número de empregados”, justificou a Clarence House em comunicado, reforçando ainda que houve esforços no sentido de adiar a situação até ao funeral. “A todo o pessoal que seja despedido será oferecida uma indeminização reforçada”, acrescentou o porta-voz da residência.
Um funcionário da residência do ex-princípe de Gales, em declarações ao The Guardian, sob anonimato, revelou que “as pessoas ficaram visivelmente abaladas” com a notícia, que gerou uma onda de críticas.
Recorda-se que a Isabel II morreu na passada quinta-feira, com 96 anos, tendo-lhe sucedido ao trono o seu filho mais velho, Carlos III.