Foi a 10 de fevereiro de 2021 que a Casa Real de Espanha anunciava que a princesa Leonor iria mudar-se para o País de Gales para estudar dois anos no UWC Atlantic College, em regime de internato. Quase dois anos mais tarde – e prestes a concluir o ciclo de estudos – a princesa das Astúrias ‘dá lugar’ à irmã mais nova, que começará a estudar na mesma instituição já no próximo ano letivo.
O anúncio foi feito esta segunda-feira, dia 6, pela Casa Real espanhola. “Suas Majestades os Reis anunciam que Sua Alteza Real a Infanta Sofía, tal como a Princesa das Astúrias, vai integrar o programa de estudos da instituição de Colégios do Mundo Unido UWC Atlantic College do País de Gales, Reino Unido”, começa por dizer o comunicado.
Mas quanto custa estudar no colégio onde se encontram atualmente a princesa Leonor e a princesa Alexia da Holanda? De acordo com o comunicado dos reis de Espanha, Felipe VI e Letizia vão pagar 74 mil libras esterlinas pelos dois anos em que Sofía vai estudar no colégio. No entanto, nem só os filhos de famílias abastadas têm hipótese de estudar nesta instituição de ensino (ou nas restantes pertencentes ao United World College), dado que estas escolas oferecem bolsas de estudos para os alunos cujas famílias têm menos rendimentos.
O que todos – bolseiros e não bolseiros – têm que fazer para garantir uma vaga no UWC é submeterem-se a uma rigorosa seleção. De acordo com uma entrevista dada por Marina Conde, antiga aluna do colégio, à revista espanhola Vanitatis, em agosto de 2021 – na altura em que Leonor se mudou para o País de Gales – o processo é exigente. É necessário começar por enviar o currículo académico, porque, explica, “o primeiro filtro são as notas”. Ter bons resultados é condição necessária, mas não suficiente, dado que também é exigido aos candidatos que tenham pensamento crítico.
“Uma vez passado esse filtro há uma ‘solicitação standard’, em que fazem várias perguntas e que é preciso desenvolver, como ensaios. Não é um teste de conhecimentos, mas de perguntas pessoais e de cultura geral, nas quais os alunos têm que demonstrar não apenas os seus conhecimentos, como também que têm uma forma de pensar própria e ideais”, continuou, explicando que o colégio procura alunos que “tenham inquietudes” e que não se conformem apenas com frequentar as aulas. “Pessoas que façam atividades extracurriculares, que estejam implicadas em causas sociais”, são pontos muito valorizados no processo de seleção.
Perguntas como “Quais são os problemas sociais que mais te preocupam?” ou “O que fazes para resolvê-los?”, são questões que se colocam nesta segunda fase da seleção, à qual se segue a terceira e mais dura prova, a entrevista pessoal. Esta é a última fase do processo. “Na minha altura passava-se um fim de semana a fazer provas difíceis, entrevistas pessoais com adultos muito preparados, com especialistas em literatura, com gente que, com a candidatura [de cada aluno] em frente começava a perguntas [sobre a vida do candidato]”.
Após esta prova são selecionados os novos alunos e atribuídas as bolsas a quem necessita. “Ali não há contemplações por quem és. Para eles é indiferente, são todos iguais”, explica ainda, referindo que é muito malvisto que alguém se ache superior pela condição financeira ou estatuto que tenha.