Premiada em 2018 pelo Observatório contra a Violência de Género pelo seu compromisso com a causa, a rainha Letizia de Espanha continua a mostrar-se atenta e mobilizada para não deixar cair o assunto no esquecimento. Mãe de duas jovens, Leonor, de 17 anos, e Sofía, de 15, a mulher de Felipe VI já manifestou várias vezes a sua preocupação com as vítimas de violência doméstica e de género, assim como com os menores que sofrem direta ou indiretamente com isso, sublinhando que a educação é uma das armas mais poderosas para combater o problema. Razão pela qual convocou há dias uma audiência na Zarzuela onde recebeu representantes de duas grandes empresas que estão na origem do movimento Contra os Maus-Tratos, Violência Zero, para com eles debater as conclusões de um grande estudo sobre o assunto feito em Espanha em outubro passado.
Segundo esse estudo, 16,9% daqueles que têm entre 18 e 21 anos acredita que bater no/a namorado/a não é violência de género (contra 6,71% apurados na população em geral). Se separados por género, essa percentagem sobe para 21,16% no caso dos rapazes. Além disso, 17,13% daquela faixa etária consideram que insultar o companheiro não é uma forma de maus-tratos (22,41% se a pergunta for feita só ao sexo masculino), quando na população em geral essa percentagem é de 8,35%. E 15,51% desvalorizam as ameaças (20,75% nos homens), assim como 21,53% se falarmos em controlar o telemóvel do outro (24,48% nos entrevistados masculinos). Em suma, os jovens no início da vida adulta parecem mais tolerantes a estas questões do que a população em geral, sobretudo os rapazes, o que leva a pensar que algo está a falhar na educação. Um tema que a rainha quer ver tornado prioritário no país.
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