Desde há quase mil anos, a partir de 1066, que as coroações dos monarcas britânicos acontecem na Abadia de Westminster, um imponente templo religioso no centro de Londres, que com o passar dos séculos também começou a ser eleito para outras cerimónias notáveis da família real britânica, como casamentos ou funerais de Estado.
O motivo de as coroações acontecerem nesta abadia prende-se essencialmente com uma questão de praticidade. Antes do século XI não existia nenhum lugar estabelecido para as coroações, pelo que houve reis que foram coroados em locais como Kingston-upon-Thames, um município londrino, ou Bath. Só partir do reinado de William I é que a Abadia ficou definida como o local onde deveriam decorrer as coroações.
Em 1042, o rei Edward começou as obras na Abadia de Westminster, um edifício que mais tarde foi demolido para dar lugar ao atual. Este rei foi coroado na Catedral de Winchester, no condado de Hampshire. Então, porque é que se decidiu trocar Winchester por Westminster? Esta alteração ocorreu, como já foi referido, com William I, que foi coroado no Dia de Natal, em 1066. Depois da sua vitória na Batalha de Hastings, o rei quis receber a coroa num local mas próximo do Governo e do Palácio Principal de Westminster. Além disso, ao escolher o local onde foi enterrado o seu predecessor, consolidou a legitimidade do seu reinado.
Desde então, todos os soberanos tiveram uma coroação que seguiu essa tradição, reclamando a sua legitimidade através da sucessão de monarcas ali coroados antes deles. Um longo costume que o rei Carlos III seguirá já no próximo sábado, dia 6, quando for coroado naquele local.