O príncipe Laurent da Bélgica, o mais novo dos três filhos do rei emérito Alberto II, foi acusado de fraude, extorsão e tráfico de influências por parte do fundo soberano líbio LIA (Libyan Investment Authority), a propósito de um projeto de reflorestação no deserto líbio que acabou por não ter luz verde e cujos fundos tentou recuperar. O projeto tinha sido financiado pela fundação Global Sustainable Development Trust, liderada pelo príncipe.
“Um disparate”, diz o irmão do rei Philippe da Bélgica sobre o assunto quando veio a público. “É muito simples: a Líbia tem de pagar 50 milhões de euros à minha fundação e não o quer fazer. Provou-se que a Líbia errou nove vezes seguidas neste processo e agora estão a atacar-me pessoalmente de uma forma ridícula”, acrecentou em declarações ao jornal belga Het Laatste Nieuwha.
A resposta do fundo soberano da Líbia não se fez esperar e chegou através do seu advogado, Christophe Marchand: “Alegamos que o príncipe Laurent usou de influência indevida para tentar pressionar o nosso cliente a pagar-lhe uma grande soma de dinheiro por uma disputa que acreditamos não ter nada a ver com o nosso cliente”, assegura.
Na verdade, as últimas semanas têm sido difíceis para a família real belga. Primeiro o internamento hospitalar de Alberto II com uma infeção sanguínea. O rei emérito já teve alta e está a recuperar no Castelo de Belvédère na companhia da rainha Paola. Agora, este escândalo com o 12.º na linha de sucessão ao trono belga parece ensombrar ainda mais as celebrações do Dia Nacional da Bélgica, que se assinala no próximo dia 21 de julho.