Maria Francisca de Bragança, de 26 anos, chegou à Basílica de Mafra de caléche, na companhia do pai, D. Duarte Pio, pretendente ao trono português. Sorridente, com ar descontraído e comunicativo, a noiva foi acenando à multidão que aguardava para vê-la passar.
No dia do seu casamento com o advogado Duarte de Sousa Araújo Martins, de 31 anos, a filha dos duques de Bragança não parecia acusar qualquer ansiedade pelo facto de ser a protagonista de uma cerimónia que teve direito a transmissão televisiva direta e decorreu na presença de diversas personalidades, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, ou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, assim como representantes das família reais do Luxemburgo e do Liechtenstein.
Elegante e simultaneamente simples, Maria Francisca vestiu para a cerimónia religiosa um modelo branco ligeiramente cintado criado por Luzia do Nascimento em parceria com a mãe da noiva, D. Isabel de Herédia, duquesa de Bragança, confecionado em mikado de seda, com manga a 3/4 e punhos trabalhados, decote em bico pouco pronunciado e com o rebordo da gola levantado. Maria Francisca levava ainda um longo véu em tule de seda preso com um diadema de brilhantes que foi da rainha D. Amélia e a mãe usou também no dia do seu casamento, 13 de maio de 1995. Completou o visual com uma pulseira de pedras azuis que tambem foi de D. Amélia e uns brincos pertencentes a D. Isabel de Bragança, que foi igualmente vestida pela autora do vestido da filha, Luzia do Nascimento, um conjunto de vestido e casaco azul claro de comprimento médio.
A cerimónia, celebrada por D. Manuel Clemente, começou com uma soprano a cantar Overture Music for the Royal Fireworks, de Händel. Seguiu-se uma leitura pelo irmão mais novo da noiva, D. Dinis, de 24 anos, que assistiu à cerimónia na primeira fila, junto dos pais e de D. Miguel, tio paterno. As várias leituras feitas ao longo da cerimónia – mais tarde foi a vez do irmão mais velho da noiva, D. Afonso, e de alguns outros jovens convidados, alguns estrangeiros, lerem a Oração dos Fiéis – foram escolhidas pelos noivos, assim como os temas interpretados pela soprano. Houve ainda um momento de cante alentejano, com o tema Nossa Senhora do Carmo.
Solenes mas sem esconderem alguma emoção, os noivos mostraram alguns sorrisos ao longo da cerimónia, sobretudo durante as leituras feitas por familiares e amigos. Terminada a celebração religiosa, deixaram a basílica, sempre sorridentes, para percorrerem uma passadeira vermelha no final da qual os aguardava um enorme bolo de noiva que partilharam com os populares que ali aguardavam, antes de voltarem a entrar e dirigirem-se então ao cocktail de confraternização que decorreu nos claustros do convento.