No ano em que completou 50 anos, o futuro rei da Noruega assinalou a data redonda com a publicação de Haakon – Histórias sobre um herdeiro do trono, uma biografia da autoria do jornalista Kjetil Ostli, que contou com a colaboração do príncipe herdeiro. No livro, as confidências de Haakon da Noruega sobre Mette-Marit e o início do namoro têm estado a apaixonar os noruegueses.
Corria o verão de 1999 quando Haakon, que tinha acabado de terminar o curso de Ciências Políticas na Universidade da Califórnia em Berkeley, na Califórnia, conheceu Mette-Marit. No capítulo dedicado aos seus amores, o príncipe recorda com emoção o primeiro momento em que viu a futura mulher, no bar do festival de rock Quartfestivalen, na cidade portuária de Kristiansand:
“Ela era como uma luz. Foi como se uma luz tivesse entrado na sala. Ela disse ‘Olá’ e depois foi-se embora. Causou-me uma grande impressão. É assim que me lembro do nosso primeiro encontro. A Mette não se lembra assim. Eu lembro-me de momentos, mas nem sempre os coloco por ordem cronológica. O que posso dizer com certeza é que fiquei fascinado e que fiquei ainda mais fascinado quando falámos”, confessou o príncipe herdeiro.
Uma relação que começou como qualquer casal normal e foi crescendo, mas que tinha um pequeno (grande) obstáculo porque Mette-Marit era mãe solteira: “Tínhamos conversas abertas e intensas. Rimo-nos juntos e tivemos de ser honestos um com o outro. Diverti-me imenso com ela. Encontrámo-nos várias vezes depois desse verão e no outono. Conseguimos manter o segredo e encontrávamo-nos em casa de amigos que tínhamos em comum ou em minha casa. Só algumas pessoas é que sabiam. Afinal de contas, ela tinha um filho pequeno, por isso não era totalmente certo que nos tornássemos um casal”, admite com grande honestidade.
O facto da namorada do príncipe herdeiro ser mãe solteira foi algo que gerou muita polémica depois da relação se ter tornado pública, no Natal de 1999. Haakon reconhece que não foi fácil lidar com a pressão e a opinião pública. Uma situação que piorou quando o casal decidiu partilhar casa sem estar sequer noivo.
O príncipe recorda um dos momentos críticos, do qual agora se ri mas que, na altura, o abanou. Com o objetivo de acalmar, controlar as notícias eexplicar como seria o noivado real caso acontecesse, o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça reuniu os editores dos órgãos de Comunicação Social para uma reunião no Palácio, mas que teve o efeito contrário.
É que, na verdade, naquele momento o casal não tinha planos para se casar tão cedo e sim desfrutarem da relação. Mas aquela reunião deu a ideia contrária e Haakon reconhece que ficou assustado: “Desmaiei, agora rio-me disso, mas na altura estava tão cansado e perturbado que tive de fazer uma pausa de meia hora num gabinete vazio e comecei a chorar”, revela, sem receio de se expor. O príncipe admite que foram “gradualmente” perdendo o controlo e deixaram de se esconder
A 1 de dezembro de 2000 foi anunciado o noivado mas houve ainda uma última provação para Mette Marit: partilhar o seu passado, a sua vida familiar. “O plano era parar de falar de uma vez por todas. Mette tinha de dizer coisas sobre a sua vida passada, o ambiente na casa e tudo isso. Tínhamos treinado previamente as perguntas e respostas com o pessoal”, explica Haakon. No entanto, não foi assim tão fácil e admite que antes de estar cara-a-cara com os joralistas vomitou como os nervos e ansiedade.
Este é um episódio que, quase 23 anos depois, ainda “deixa zangada” a futura rainha da Noruega: “Sentir que a parte mais vulnerável da minha vida foi discutida em público é algo que nunca vou ultrapassar. Não consigo compreender que isto tenha acontecido na Noruega”, admite no livro.
No final, tal como nos contos de fadas, o amor venceu. Casados há 22 anos, o casal tem dois filhos, a princesa Ingrid Alexandra, de 19 anos, e que acabou de ir viver sozinha num apartamento num bairro trendy de Oslo, e o príncipe Sverre, de 17. O filho mais velho de Mette-Marit, Marius, já tem 26 anos.