A decisão da monarca, anunciada no discurso de Ano Novo, apanhou de surpresa os dinamarqueses, pois sempre ouviram a sua rainha dizer que só abandonaria o trono quado morresse. Agora, depois da estupefação, começam a conhecer-se as razões da abdicação da rainha Margarida da Dinamarca, ao fim de 52 anos de reinado.
A Casa Real, através das suas redes sociais e site oficiais, veio clarificar esta tomada de decisão, afirmando que, “em alguns países é costume, ou pelo menos é algo que acontece, que o chefe de Estado deixe espaço para a geração seguinte, abdicando. É o caso, entre outros países, dos Países Baixos, onde quatro dos seis soberanos, desde a instauração da monarquia em 1813, abdicaram […] Na Bélgica, no Luxemburgo e em Espanha, há também exemplos recentes de abdicação do chefe de Estado. Noutros países, como a Dinamarca, a Noruega e a Suécia, não há tradição de abdicação”, começa por esclarecer.
No comunicado, a Casa Real relembra ainda que “a última vez que um governante dinamarquês renunciou voluntariamente ao trono antes da sua morte foi em 1146, quando o rei Erik III Lam se retirou para um mosteiro”“.
A verdade é que os problemas de saúde da rainha Margarida intensificaram-se nos últimos meses, tal como a própria explicou no seu discurso de Fim de Ano:
“Dentro de duas semanas, terei sido rainha da Dinamarca durante 52 anos. O tempo não passa sem deixar a sua marca em ninguém, nem mesmo em mim. O tempo desgasta-se e as ‘desgraças” acumulam-se. Já não passamos pelas mesmas coisas que antes. Em fevereiro deste ano, fui submetida a uma cirurgia extensa às costas. Tudo correu bem, graças ao pessoal de saúde competente que cuidou de mim. Naturalmente, a operação também deu azo a reflexões sobre o futuro, sobre se era altura de passar a responsabilidade para a geração seguinte”, afirmou.
No próximo dia 14, aos 83 anos, Margarida da Dinamarca cede o trono ao filho mais velho, o príncipe Frederico , de 55 anos, que receberá o título de rei Frederico X.