Os últimos dias foram difíceis para Carlos III, mas o rei pôde também sentir o pulso à nação e perceber o carinho que os britânicos nutrem por si, assim como vários líderes do mundo e monarcas, como Alberto II do Mónaco, que não quiseram deixar de lhe manifestar o seu apoio desde que, na passada segunda-feira, o Palácio de Buckingham, através de um comunicado, fez saber que o rei foi diagnosticado com cancro.
Na mesma mensagem soube-se que o rei já iniciou os tratamentos e que não abandonará as suas funções, que serão essencialmente de escritório, delegando no filho, o príncipe Willliam, e na mulher, a rainha Camilla, entre outros possíveis membrs da famíia real, a presença em atos públicos. E depois da breve passagem por Londres, onde irá sempre que necessário, é no seu refúgio de Sandrigham que Carlos III permanecerá durante esta luta contra o cancro.
Localizada no condado de Norfolk, esta propriedade de oito mil hectares, que pertence à família real desde o século XIX, mais precisamente desde de 1862, destaca-se pela enorme mansão de estilo jacobino, mandada edificar pelo rei Eduardo VII. Ergue-se no meio da natureza e, à exceção da residência, os seus jardins desenhados por Geoffrey Delecoe estão abertos ao público em geral.
Juntamente com o Castelo de Balmoral, Sandrigham, faz parte das propriedades que não pertencem ao Estado, mas sim aos Windsor. Na verdade, quando Eduardo VIII, conhecido por duque de Windsor, abdicou do trono em 1936, estas propriedades não passaram para as mãos do irmão, Jorge VI, pai de Isabel II. O rei teve de comprá-las ao irmão para garantir que continuavam nas suas e são, desde então, as preferidas da família real, em especial da rainha Isabel II, que morreu a 8 de setembro de 2022.
Cenário de eleição dos Natais dos Windsor, Sandrigham tem sido palco de alguns dos melhores momentos da família, como o batiazado da princesa Charlotte, mas também de momentos conturbados. Foi aqui que ficaram decididas as condições da renúncia aos deveres reais de Meghan e Harry, que abandonaram depois o Reino Unido e mudaram-se para Los Angeles, nos Estados Unidos.
Para já, será o refúgio de Carlos III, que sempre regressar a Londres ficará na sua residência oficial, em Clarence House.