Ao fim de oito anos a viver fora de Portugal, o protagonista desta história fecha um ciclo de vida abrindo um outro com o regresso à cidade de Lisboa. Na capital, empenha-se em procurar a casa onde irá ficar a viver, mas não se precipitou, viu várias situações, umas mais modernas que outras, umas mais inspiradoras, outras menos.
“Este apartamento com cerca de 180m2 conseguiu reunir inúmeras vantagens. Estava num avançado estado de degradação, por isso, a precisar de grandes obras. O cenário ideal que me permitiria pô-lo como queria, não só reestruturar os interiores e tipologia, como alterar e escolher novos materiais e acabamentos”, começa por contar o proprietário deste projeto. O facto de se tratar de uma morada com muita luz natural, foi, sem dúvida, mais uma característica a pesar na escolha. Por fim, influenciou positivamente ser um prédio de estilo internacional, neste caso, assinado por Alberto Pessoa, um dos arquitetos que desenhou a Fundação Calouste Gulbenkian, e “estar muito perto do meu emprego, que me permite fazer vida a pé (uma maneira realizada de estar na vida)”, realça o dono.
O passo seguinte foi adaptar os interiores à vivência do seu proprietário. Recorreu aos serviços do arquiteto Paulo Street para concretizar aquilo que tinha idealizado. “A cozinha foi a divisão em que teve maior liberdade, instalou até uma bancada em península. No restante projeto, ajudou-me a materializar as ideias que tinha para cada situação em concreto”, refere.
Modernizar os espaços foi o principal objetivo a alcançar no conjunto de melhoramentos, não só pelo estado de degradação dos materiais originais, mas também devido à casa ter áreas exíguas e muitas divisões descontextualizadas dos hábitos atuais.
Apesar de o mobiliário não ter sido comprado a pensar neste tipo de casa, hoje os dois aspetos acabam por funcionar. Pode dizer-se que valeu a pena esperar, habitação e móveis funcionam como num casamento feliz, repare-se na perfeita integração da mesa de refeições, de Le Corbusier, do sofá, de Eileen Gray, ou das cadeiras Marcel Breuer, afinal, o proprietário tinha tudo pensado: “após a remodelação, já sabia qual seria o resultado e onde colocar cada peça. A única situação realmente nova e não idealizada previamente foi a iluminação, isto porque nasceu em função das obras de arte”, esclarece.
Os quatro anos vividos na Ásia fizeram aumentar a coleção de pintura contemporânea do dono da casa, a juntar às muitas peças a que chama “arte do mundo ou arte tribal”, aqui, mais de origem indiana, que gosta de expor um pouco por toda a parte.
Entretanto, já se passaram três anos bem vividos, por isso, o proprietário confessa que “não pensa mudar, é a moldura ideal para as minhas coisas, uma casa para ficar e uma boa base de regresso se um dia for obrigado a partir novamente para o estrangeiro”, remata.
Decoração: Moldura funcional
Um apartamento, num prédio desenhado pelo arquiteto Alberto Pessoa, foi adaptado à vivência do seu proprietário, homem viajado, colecionador de arte contemporânea e de obras de várias paragens.
+ Vistos
Mais na Caras
Mais Notícias
Parceria TIN/Público
A Trust in News e o Público estabeleceram uma parceria para partilha de conteúdos informativos nos respetivos sites