Se saudade fosse unidade de medida, a distância que vai do Porto a Lisboa seria muito superior a 300 quilómetros. Na transição entre casas e no pêndulo entre cidades, Filipe Seara, empresário de 50 anos, encontrou fórmulas para se fixar apenas nos quilómetros. Para o apartamento de Lisboa transpôs memórias de família, sobretudo um piano e partituras herdadas da avó, e algum mobiliário.
À localização da casa cabe uma boa quota-parte de responsabilidade no prazer de habitar, que Lisboa pode proporcionar: escolheu a zona do Príncipe Real, antigo centro aristocrático e um dos atuais exemplos de regeneração da cidade. “Tenho o príncipe ideal para ti”, afiançara-lhe o amigo, mediador imobiliário. Assim foi. “Quando me mudei do Porto para Lisboa comecei a procurar casa. Vi bastantes, mas não me agradavam, mas quando aqui entrei, adorei logo”, recorda Filipe.
Com 130m2, este T1 tem os mais cobiçados dotes: espaço, luz e paisagem. “Todas as paredes que dividem os vários espaços são de vidro na parte superior, o que faz com que a luz invada a casa”, ilustra o empresário. Outra característica primordial é a vista sobre o rio Tejo, que consegue ter a partir da zona da sala e sobre o jardim do Príncipe Real, na fachada oposta.
O apartamento, uma construção que se estima ser do século XVIII, já havia sido reabilitado. O empresário introduziu alterações pontuais, nomeadamente um closet, um painel deslizante entre a sala e o escritório, além da alteração da cor do balcão da cozinha. Um dia, com a ajuda de amigos, decidiu forrar essas portas com capas de revistas antigas e algumas partituras. “Começámos a colar e, no final, obtivemos um bom efeito”. Contratempos, só os impostos pela falta de estacionamento. Nesse domínio, a partitura está desequilibrada e parece não haver arranjos ou maestros capazes de lhe dar a volta.
Decoração: Clave de sol
Num edifício secular, as paredes interiores desta casa baixam-se para ceder passagem à luminosidade, que a trespassa de ponta a ponta.
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