Uma sensação forte e arrebatadora, daquelas que nos fazem pensar, vezes sem conta, no que ficou para trás, e obrigam a avivar a memória. Obsessão por aquilo que definimos como diferente e especial. Foi isto que sentiram os proprietários desta casa quando por ela se apaixonaram e logo ao primeiro olhar.
De há 18 anos a esta parte muita coisa mudou, até porque o interior do edifício pré-pombalino, datado de 1680, estava em esqueleto. No entanto, o casal, na altura em começo de vida – hoje com três filhos – depressa percebeu que ali havia potencial para renovar, inovar e ficar. Ao todo, a habitação, com 210m2 distribuídos por um T5+1, soma três reabilitações sempre com o cunho pessoal da designer Lígia Casanova, a quem os clientes confiam qualquer projeto de ‘olhos fechados’, pois conhecem a sua sensibilidade para misturar diversas peças e estilos.
“Neste prédio viviam duas famílias, sendo que os três últimos andares se encontravam ocupados apenas por uma delas, que tinha vários filhos. Quando os pais se viram sozinhos, resolveram criar dois apartamentos independentes. No entanto, na área ocupada por esta casa só existiam casas de banho e quartos, obrigando a uma reestruturação total de forma a incluir a cozinha”, conta Lígia Casanova, assumindo que o apartamento está bem dividido, contemplando no primeiro piso a área social e os quatro quartos, separados desta zona por uma porta dupla, enquanto o andar superior serve de abrigo a um pequeno escritório e à suíte.
Através desta longa estada de família na habitação, a casa já atingiu a maioridade e sofreu várias transformações e projetos de remodelação que tanto passaram por uma profusão de cor como pela quase ausência dela.
O objetivo último foi acompanhar da melhor forma o crescimento das crianças, hoje já adultos, adaptar sempre os espaços, respeitar necessidades, gostos e vivências.
Decoração: Amor à primeira vista
Uma casa idealizada à medida das necessidades dos proprietários e dos sentidos de Lígia Casanova, a autora deste projeto.