Aqui não há estradas por perto, há o rio, o comboio e uma paisagem de cortar a respiração. Preservar esta envolvência única de vinha em socalcos a perder de vista e fazer nascer um verdadeiro e luxuoso solar duriense “a partir de quatro ruínas” foram os objetivos da OitoemPonto, estúdio de Artur Miranda e Jacques Bec, a dupla responsável por esta intervenção global na Quinta do Pessegueiro, que incluiu ainda uma adega de inspiração futurista.
O convite surgiu através do próprio Roger Zannier (a herdade faz parte da rede de unidades de luxo do grupo Zannier), que estava descontente com os projetos recebidos de dois ateliês internacionais. “Apresentámos o nosso, que adorou, e avançámos para a construção”, referem. “Apreendemos de imediato a sua intenção: pretendia um exterior clássico, que homenageasse o Douro, e um interior tão cosmopolita e modernista quanto ele”, acrescentam.
As deambulações por quintas da região cruzadas com inspirações de châteaux franceses, onde o vinho também desempenha um papel fundamental, deram à OitoemPonto conhecimento e a consistência necessária para colocar este projeto global de pé.
A decoração deste solar em granito, com paredes caiadas e soalhos em madeiras lavadas, é composta maioritariamente por peças OitoemPonto, desenhadas e produzidas exclusivamente para aqui. Mobiliário que foi combinado com outro do acervo artístico do proprietário e antiguidades do final dos séculos XVIII e XIX.
Fotos: Francisco de Almeida Dias