A fase serena em que se encontra é facilmente perceptível tanto no seu olhar como na sua forma de estar. Aos 41 anos, Isabel Angelino, apresentadora da RTP, continua plenamente dedicada ao seu trabalho, até porque vai apresentar em breve um novo programa, Filhos da Nação, que dá a conhecer jovens que se têm destacado nas mais diversas áreas, mas que ainda não receberam o reconhecimento público. Depois de ter terminado a relação com Luís Botequilha, com quem namorou cerca de dois anos, a apresentadora parece ter voltado a encontrar o amor, agora ao lado do cirurgião plástico Ângelo Rebelo. Apesar de preferir não tocar nesse assunto, que acabou por ser confirmado à CARAS por fontes próximas da apresentadora, Isabel já exibe uma aliança de ouro na mão esquerda. Foi com a simpatia que lhe é característica que Isabel conversou connosco durante uma tarde passada no Castelo da CARAS, em Palmela, e recordou alguns Natais da sua infância, assim como revelou não sentir, pelo menos para já, vontade de se casar ou até de ter filhos. "Aprendemos com os erros que cometemos ou com as experiências menos boas. Se fosse tudo bom, não ficava nada por realizar." – Sei que não gosta de falar sobre a vida pessoal, mas não pude deixar de reparar na aliança de ouro que tem na mão esquerda. Foi o médico Ângelo Rebelo que lhe ofereceu?Isabel Angelino – É um assunto sobre o qual prefiro não falar. – É nitidamente uma mulher de sucesso a nível profissional, mas a nível emocional nem sempre tudo corre bem…- As experiências de vida, boas e más, contam sempre, e são elas que nos permitem crescer. Não perco muito tempo a fazer essa divisão de onde tenho mais ou menos sucesso. Sinto-me bem com a pessoa que sou e com aquilo que faço. – Mesmo quando as coisas não correm bem, acaba por sentir que sai fortalecida.- Claro que sim. Nós aprendemos com os erros que cometemos ou com as experiências menos boas. Se fosse tudo bom, não ficava nada por realizar, e assim há sempre a oportunidade de sonhar, ir mais além, e ter novos objectivos. Primeiro, criam-se os objectivos, depois, os meios para lá chegar vão surgindo. "Sinto-me uma mulher com muitos momentos felizes e vou-me realizando à medida que os dias vão passando." – Pode dizer-se que se sente feliz e realizada?- Sinto-me uma mulher com muitos momentos felizes e vou-me realizando à medida que os dias vão passando. A vida é sempre uma luta e um desafio constantes e todos os dias contribuem. Também trabalho nesse sentido, pois acredito que nada acontece por acaso e que devemos fazer com que as coisas aconteçam em nosso favor. Nada aparece à nossa frente se não lutarmos por isso. – Sente vontade de se casar e de ter filhos?- Há planos que só se podem fazer à medida que vamos avançando na vida. Não me preocupo nada com essas duas questões. Quando era miúda, acho que pensava nisso, agora, acho que o mais importante é a pessoa estar bem com ela própria e com aqueles que a rodeiam e saber aproveitar os tais momentos de felicidade. A felicidade não é eterna, temos de estar despertos para quando as coisas boas acontecem, para as sabermos avaliar e agradecermos aquilo que temos. Neste momento, estou muito agradecida com o que tenho. "Há planos que só se podem fazer à medida que vamos avançando na vida." – É essa a fase que vive actualmente, de agradecimento, serenidade?- Exactamente. Estou bem comigo própria e com quem me rodeia. Sinto que transmito boas energias, e isso proporciona um retorno. Quando se emana coisas boas, parece que o Universo conspira a nosso favor. – É uma das mulheres mais elegantes da televisão portuguesa. O que faz para manter a forma?- Acima de tudo, tento manter a saúde espiritual, pois muito daquilo que reflectimos vem do interior, e isso também se vai atingindo com a maturidade. O passar dos anos também nos traz mais sabedoria e uma forma de estar completamente diferente, que se traduz na capacidade de encararmos as coisas de maneira mais calma e de nos sabermos valorizar. Tudo isso se reflecte na maneira de ser, de estar, de nos vestirmos, e isso é realmente o mais importante. Depois, claro que também tenho cuidado com o corpo, uso imensos cremes, faço massagens regularmente, pratico desporto, e tudo isso contribui de alguma forma para estar bem e me sentir bem. Nunca fui mulher de cometer excessos, e se hoje em dia estou bem, tem também que ver com esse cuidado que sempre tive. Acredito que tudo o que se faz, traz, mais cedo ou mais tarde, uma factura que tem de ser paga. "Nunca fui mulher de cometer excessos, e se hoje em dia estou bem, tem também que ver com esse cuidado que sempre tive." – Diz-se que os quarenta trazem uma serenidade maior. É o que sente aos 41 anos?- É exactamente isso, tudo é saboreado de uma forma diferente, mais serena e calma. Esta é uma fase em que se aprende a compreender tudo muito melhor, onde não há aquela sede desenfreada de viver a vida. Às vezes, quando olho para trás, penso que deveria ter vivido algumas coisas com mais calma e se calhar, por vezes, fui injusta comigo própria por não ter sabido aproveitar devidamente algumas situações que a vida me roporcionou. E isso aconteceu por não ter o know how que tenho agora. Convivo muito bem com os 41, nunca escondi a minha idade, as rugas estão cá, mas a experiência também. [risos] – Quando faz essa introspectiva, há alguma coisa de que se arrependa?- Não, se me arrependesse de alguma coisa, também não seria a pessoa que sou hoje. Tudo aquilo que passei de bom ou de mau serviu como experiência que me tornou na pessoa que sou hoje. – A nível profissional, não sente necessidade de fazer um programa mais contínuo, talvez diário?- Não vou dizer que não gostaria, mas não sinto essa necessidade, de ter de aparecer, até porque também se trabalha por detrás das câmaras e se preparam coisas, como está a acontecer neste momento em que estou a gravar os Filhos da Nação e ainda não sei quando irá para o ar. O mais importante de tudo é sentirmo-nos realizados, e neste momento este programa está a dar-me imenso gozo. "Convivo muito bem com os 41, nunca escondi a minha idade, as rugas estão cá, mas a experiência também." – Devido à exposição pública inerente ao facto de ser apresentadora de televisão, e consequentemente figura pública, alguma vez sentiu o sabor amargo pela escolha desta profissão?- Convivo bem com as pessoas que me abordam na rua e com os jornalistas nunca tive qualquer problema, pois respeitamo-nos mutuamente. – Costuma festejar o Natal e a passagem de ano?- Não tenho uma ligação muito forte à passagem de ano e já houve noites em que nem me apercebi da mudança de ano e não fiz qualquer celebração especial. Quanto ao Natal, passo-o sempre em família, com os meus pais. É uma época de que gosto, pois é a altura do ano em que as pessoas procuram estar mais juntas e até se tornam mais sensíveis, solidárias. Também não compro presentes por obrigação e só o faço quando encontro alguma coisa que se identifique com a pessoa. "Quando se emana coisas boas, o Universo conspira a nosso favor." – E tem recordações de criança desta época?- Eu faço anos a 8 de Fevereiro e em criança tinha sempre o hábito de pedir aos meus pais para não desmontarem a árvore de Natal antes do meu aniversário. [risos] Queria que o Natal durasse ainda mais tempo do que o dos espanhóis, que só abrem os presentes no Dia de Reis. Depois, os meus pais também tinham o hábito de colocar um sapatinho na chaminé, onde deixavam presentes. Como sou filha única e muito mimada, eles faziam-me imensas surpresas. [risos] Hoje em dia gosto de manter algum desse espírito e fazer algumas surpresas nesta época. Por exemplo, o ano passado eu e os meus pais passámos a noite de Natal em Madrid e resolvemos ir cada um comprar um presente para os outros lá, para abrirmos durante a noite. Embora em Espanha a tradição seja outra, quisemos manter a nossa, como acontecerá este ano, em que supostamente iremos para Barcelona. – E vai só com os seus pais?- [risos] – Mas costumam passar o Natal sempre fora?- Não, depende do que nos apetece fazer nessa altura. Aconteceu o ano passado e acontecerá este ano. Mas no dia 25 já cá estamos e já estaremos em casa, com a árvore de Natal e tudo preparado a rigor, para juntos passarmos mais uma época inesquecível.