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Ânia Pais e José Raposo
Joaquim Norte de Sousa
Aos 46 anos,
José Raposo reencontrou o amor ao lado de
Ânia Pais, de 25, que, com a sua juventude, o tem ajudado a minorar a distância dos filhos, agora que está a morar no Porto. Visivelmente apaixonados, os actores partilharam com a CARAS a cumplicidade que os une e os bons momentos que têm vivido no primeiro ano de namoro. Olhado com admiração por Ânia, espectadora atenta da sua vida, José Raposo desvaloriza os 21 anos que os separam, elogiando a maturidade da namorada que, garante, lhe tem ensinado muito sobre a vida.
Depois de
Um Violino no Telhado, o actor continua no Porto, a protagonizar o novo musical de
Filipe La Féria,
A Gaiola das Loucas. Aplaudido de pé pelo seu desempenho, José Raposo, que este ano recebeu o Globo de Ouro para Melhor Actor, ainda não se habituou aos prémios, mas terá de o fazer, porque começam a ser constantes.
– Mudou-se para o Porto para fazer
Um Violino no Telhado e por cá continua, agora com
A Gaiola das Loucas. Já se sente em casa?
José Raposo – Vim para fazer
Um Violino no Telhado e já cá estou há um ano. Estou muito bem no Porto, mas é verdade que a minha vida mudou por completo. Os meus filhos e a minha namorada estão a 300 quilómetros e não posso fazer nada em relação a isso. A Ânia faz o esforço de vir cá sempre que pode, e às vezes fica dias inteiros à minha espera, mas quem aceita trabalhar com o Filipe já sabe que tem de abdicar de muita coisa. Custa-me entrar no ritmo, mas a recompensa é fantástica, porque estamos a participar em grandes espectáculos.
– Recompensas como o Globo de Ouro para Melhor Actor de Teatro?
– Por exemplo. É o reconhecimento de que qualquer actor gosta, mas ainda é uma coisa mais ou menos nova. Não costumo receber prémios. Lembro-me de ter recebido o Patiota, do Pátio Alfacinha, um prémio organizado por um restaurante, e o prémio do Dia dos Teatros, que tem votação pela internet, de Melhor Actor, graças a Um Violino no Telhado. Foi fabuloso, porque estávamos entre a família teatral. Quando é assim, tem outro sabor.
– Dedicou o Globo de Ouro aos seus filhos, que devem ter sentido muito a sua mudança para o Porto…
– Eles são pessoas fantásticas! Quando falo deles, fico sempre muito orgulhoso e emocionado. Sou um verdadeiro pai-galinha e sinto muito a falta deles. Se morasse em Lisboa, estaria muito mais presente na vida deles.
– A Ânia conhece bem os seus filhos e a relação entre eles parece ser óptima…
– Sim… Como se costuma dizer, é a vida!
Ânia Pais – Eu já conhecia o
Ricardo, do Chapitô. E as coisas aconteceram naturalmente. Claro que para os filhos é sempre estranho verem os pais com outras pessoas. Sou filha de pais divorciados e também me fez confusão eles separarem-se, mas a vida continua. Acho que criámos uma boa relação e eles aceitaram-me.
José – Tal como aceitaram o namorado da mãe. Convivem todos bem. É o ciclo natural da vida.
– Como é que vocês se conheceram?
– Esse é um bocadinho que gostaríamos de guardar para nós. Mas somos os dois actores e o meio é o mesmo.
– Tendo o José mais experiência profissional, a Ânia pede-lhe conselhos?
Ânia – Claro! Ele tem-me dado dicas muito importantes e que, acredito, me têm ajudado a melhorar o meu trabalho.
José – Isso é normal, mas na representação aprendemos sempre uns com os outros.
– As pessoas conhecem o José Raposo actor. Como é ele enquanto namorado?
Ânia – O que as pessoas vêem na televisão e em palco é como ele é na rua e em casa. É um querido! Muito genuíno, carinhoso, atencioso… É ele mesmo. Por isso é que me apaixonei…
– Voltar a apaixonar-se nesta fase da sua vida foi bom?
José – É maravilhoso! As pessoas deviam estar sempre apaixonadas. É um estado de alma fantástico! E poder partilhar esse sentimento com alguém que sente o mesmo é ideal. Não concebo a vida sem a paixão.
– Na vossa profissão, a estabilidade emocional é certamente muito importante…
– Muito! Namoramos há um ano e tal e é muito bom poder contar com o apoio da Ânia. Ao pé de mim ela é uma miúda, mas não temos preconceito nenhum em relação à nossa diferença de idades, porque não a sentimos. O mais importante é que nos sentimos bem um com o outro. Ela é lindíssima, uma pessoa muito especial. Tem uma maturidade grande e tenho aprendido muito com ela.
Ânia – A nossa diferença de idades só se nota quando discutimos sobre teatro, por exemplo, porque vimos de escolas diferentes.
– Em A Gaiola das Loucas faz o papel de Zázá, um homem que gostaria de ser mulher. Como se sente nesta personagem?
José – Fazer de gay é exactamente igual a fazer outro papel qualquer. Cada personagem tem para nós um carinho especial. Esta profissão é maravilhosa, porque nos podemos transformar em outras pessoas. Já tinha feito de travesti na revista, mas a Zázá é diferente, não é tão burlesca.
– Há sempre preconceitos, mas ainda bem que esta peça estreou cá. É uma lição de moral, uma história de amor muito bonita.