José Eduardo Moniz não tem, a partir de agora, qualquer vínculo profissional com as empresas do Grupo Media Capital. Porém, no último fim-de-semana ninguém diria que a vida do agora ex-director geral da TVI viria a sofrer tamanha reviravolta. Na companhia da mulher, Manuela Moura Guedes, Moniz rumou até ao Algarve para estar na festa de Verão da TVI, no Sasha Beach Club, na praia da Rocha, em Portimão. Aproveitando a ocasião, a jornalista e o então director do canal televisivo foram para o Algarve mais cedo para usufruir de alguns momentos a dois na praia. Sorridentes e muito cúmplices, Manuela Moura Guedes e José Eduardo Moniz evidenciaram estar em perfeita sintonia, mostrando que fazem questão de preservar o romantismo.
Depois desta tarde mais recatada e íntima, o casal teve uma noite mais animada, já na companhia dos filhos, Mariana, José Maria e Francisco, este último fruto de uma anterior relação da jornalista. Já com a família reunida, posaram divertidos para as objectivas dos fotógrafos, não escondendo a harmonia que os une. Anfitriões desta festa, Manuela Moura Guedes e o marido foram das presenças mais divertidas durante a noite, conversando animadamente com os convidados do evento. Há quem diga que a festa marcou a despedida de Moniz, uma vez que, poucos dias depois, se despedia dos funcionários da TVI através de carta:
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Amanhã já não serei Director Geral da TVI. Chegam ao fim onze anos de colaboração intensa, militante, incondicional e apaixonada.
A empresa que vim encontrar há onze anos não é a mesma que deixo. Orgulho-me de ter contribuído para que a TVI se transformasse naquilo que hoje é: uma Estação líder, diariamente ponto de encontro de milhões de portugueses, veículo incontornável para quem quer uma Informação verdadeira, independente e descomplexada sobre a Actualidade e berço da melhor ficção que Portugal tem para mostrar em Televisão. Em poucos anos, com o seu entretenimento, o seu jornalismo e a sua produção ficcionada, a TVI operou uma verdadeira revolução no mercado português, para orgulho de todos os que aqui trabalham e colaboram. Costumo dizer, sem falsa modéstia, que se conseguiu construir a mais portuguesa das estações de TV do País, em cumplicidade plena com os espectadores, esses sim, os nossos verdadeiros parceiros estratégicos. Sem eles, o sonho ambicioso que havíamos desenhado nunca sairia do chão. A TVI de hoje é resultado dessa aliança estreita e da íntima relação de confiança que se estabeleceu com uma percentagem esmagadora da população. Dos mais novos aos mais velhos, tenho sido privilegiado, nas ruas, com inúmeras manifestações de reconhecimento e simpatia pelo trabalho por todos desenvolvido.
Foi uma enorme honra fazer parte desta equipa e servir, sem restrições, o público que aceitou ser participante activo das mudanças que se operaram no mercado e que permitiram colocar a TVI no patamar de liderança em que se encontra. Líder de audiências desde 2005 e, sem interrupção, desde 2006, é igualmente campeã de facturação e caso raro em rentabilidade. Longe vão os dias, dos quais não me esqueço, em que a sua sobrevivência estava em risco.
Obviamente, saio triste. Outra coisa não seria de esperar, depois de tanto tempo. O essencial, no entanto, fica feito. Há novos projectos desenhados e ideias lançadas que ficam nas mãos de outras pessoas que, certamente, com a competência, os ensinamentos, o bom senso e a experiência adquiridos ao longo de anos, saberão conduzir esta nau. Mas se saio de coração triste, também parto de consciência tranquila, convicto de que me orientei por princípios de honestidade e isenção, não aceitando pactuar, até final, com orientações ou pressupostos susceptíveis de contaminarem o pacto de seriedade e de verdade celebrado com os nossos espectadores. Fi-lo de forma persistente e resistente, atitude válida até este último dia de funções e que se manteve sempre inabalável independentemente das mudanças accionistas que o Grupo empresarial detentor da TVI sofreu. Faço votos para que assim continue e que se preserve o espírito livre, inconformista e batalhador desta Empresa, imbuída de uma cultura de independência perante os Poderes que representa um dos seus activos mais importantes.
Agradeço, pois, a todos quantos cá trabalham pelos anos inesquecíveis que me proporcionaram. De jornalistas a técnicos, de repórteres de imagem a operadores e criativos de grafismo, de supervisores a escriturários, de apresentadores a motoristas, de vendedores a secretárias, de directores até ao mais humilde trabalhador. A todos muito obrigado.
Uma palavra, também, de agradecimento a autores, actores, realizadores, músicos, iluminadores e equipas técnicas que comigo colaboraram na grande revolução ocorrida na ficção televisiva em Portugal. Fico, igualmente, em relação a eles, todos, com uma enorme dívida, que sei impossível de saldar. Fabricámos sonhos, espalhámos emoções e mostrámos Portugal aos portugueses, com atrevimento e paixão. Conseguimos chamar a nós os melhores, ao mesmo tempo que descobríamos novos talentos. Tenho a certeza de que as estradas que se abriram conduzirão a oportunidades cada vez mais aliciantes.
A vida é feita de ciclos. Este chegou ao fim. Felicidades para todos. Até sempre!"
José Eduardo Moniz
As suas funções serão assumidas pela administração da TVI, através do administrador delegado Bernardo Bairrão. Por sua vez Luís Cunha Velho assume interinamente as funções de coordenação da área de programas, enquanto que o departamento da informação vai continuar a ser administrado por João Maia Abreu.