Para muitos, pode ser difícil conciliar o trabalho com o casamento, mas não o é para
Luís
Evaristo e
Helga Barroso, que trabalham juntos há cerca de 11 anos e estão casados há quatro. E quem olha para eles tem a sensação de que ainda vivem em clima de lua-de-mel. O segredo, dizem, está "
na honestidade e compreensão" e em saber aliar o amor à vida profissional, nomeadamente na gestão do Sasha Beach, em Portimão, ou na do Lollipop, em Lisboa. Foi precisamente no areal da praia da Rocha, que a CARAS esteve à conversa com o casal.
– Esta vai ser a última edição do Sasha Summer Sessions. Por que decidiram acabar com o projecto ao fim de quatro anos?
Luís Evaristo – Em 2007, após uma primeira edição-piloto (2006), o município de Portimão contratou três edições… Missão cumprida! Esta vai ser a última edição Sasha Summer Sessions neste formato. A decisão foi tomada em 2007, no dia em que se celebrou esta parceria.
– Vai ser um adeus doloroso?
Helga Barroso – Muito. Mas tenho fé que será um até já e não um adeus. Vamos ver o que nos reserva este Inverno, porque há ideias e projectos na forja.
– Foram também três anos (com este, quatro) a trabalharem lado a lado… É fácil trabalharem e viverem juntos?
– É bem simples quando é isso que desejamos. A admiração profissional que sentimos um pelo outro é bastante importante para funcionarmos em equipa.
Luís – Não há forma de não levar o trabalho para casa, isso é impossível, mas como ambos gostamos do que fazemos, torna-se mais fácil.
Helga – Mas temos, para lá dos projectos em comum, alguns projectos independentes um do outro. Como é algo que acontece há muito tempo, acho que já não sabemos o que é uma coisa sem a outra.
– Mas não receiam um eventual desgaste da relação?
– Pode ser um problema se não tivermos cuidado. Continuamos a namorar, fazemos programas juntos como qualquer casal: vamos ao cinema, a jantares…
Luís – Acho que até melhora. Pelo menos temos a percepção real do que nos apoquenta. O bom nisto é, por exemplo, se a Helga tem um problema qualquer no trabalho, já sei que nesse dia precisa de mais mimos, e vice-versa.
– Passam 24 horas juntos. Como fazem para não se ‘cansarem’ um do outro e manterem a ‘chama’ acesa?
Helga – Com honestidade e compreensão, acima de tudo. Ambos temos os nossos momentos, em que estamos sozinhos. Não é nada assim de 24 horas sobre 24 horas. Temos os nossos momentos, mas, acima de tudo, acho que é o amor. É isso que nos mantém juntos quando estamos tristes.
Luís – Nós procuramos não cair em rotinas. O amor é alimentado em pequenos gestos do dia-a-dia. Seja num passeio à beira-mar, que fazemos muito, ou numa saída à noite. O amor não se tem, constrói-se, e é esse o caminho que trilhamos.
– Ainda estão apaixonados um pelo outro ou, por vezes, esquecem-se disso?
Helga – Estamos sempre perto um do outro para lembrar.
Luís – Nunca nos esquecemos disso, apesar de, como toda a gente, termos momentos menos bons. É um amor cada vez mais à prova de bala.
– Um balanço de casamento muito positivo, então…
Helga – Muito. Na balança do que tem sido este casamento até à data, o que nos trouxe de bom supera largamente o menos bom. Daí continuarmos juntos.
Luís – O casamento não é um mar de rosas, mas a prova de vitalidade é que está aqui com tudo o que tinha no primeiro momento.
– Sempre disseram que queriam ter filhos. Essa vontade mantém-se?
– Claro, hoje e sempre.- E já sabem quando?
Helga – É um dos nossos projectos a dois que lhe posso revelar, embora a data não esteja já definida. Mas não deve tardar muito…
– Estão à espera do momento certo?
– Primeiro quisemos dar algum tempo um ao outro e namorar já casados. Agora sim, é tempo de aumentar a família. Quisemos aproveitar para levar a cabo projectos e para fazermos algumas coisas que não são compatíveis com filhos. Viajámos, namorámos e dedicámos tempo ao crescimento do Sasha, que foi o nosso primeiro filho.
– Depois do Sasha, vão continuar a trabalhar juntos?
Luís – Respondes tu, Helga?
Helga – Se eu respondesse a esta pergunta, estava a revelar muito do que já temos previsto para este e para o próximo ano. Respondo em Setembro, combinado?
– Trabalham sobretudo no Verão…
Luís – Era bom só trabalhar no Verão… Essa é a parte visível do projecto até agora, que é o evento Sasha Summer Sessions. A preparação deste evento demora meio ano em
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time, mas, fora isso, temos o crescimento da nossa marca para outros negócios, como os hotéis, por exemplo. A expansão do Grupo Sasha é sustentada, ambiciosa e exige tempo e dedicação. As férias fazemos normalmente ao contrário das outras pessoas, sempre praia, fora daqui.
Helga – Normalmente temos dois períodos: um em Portugal, com a família, e outro fora de Portugal, sempre a dois.
– A Helga foi bailarina. Não tem saudades de dançar?
– Fui bailarina durante muito tempo e tenho imensas saudades, mas a verdade é que as outras áreas de trabalho também me realizam. Quando viramos uma página na nossa vida como virei essa, há sempre um misto de emoções. Estou bem resolvida com a dança, fiz muito por ela, mas estava na altura de entrar noutra fase. Faz parte da vida, temos de aceitar as mudanças sempre com saudades, mas de mente aberta para o que o futuro nos reserva.
– É uma área que está completamente posta de lado?
– Se aliada a outra arte, quem sabe não esteja assim tão fora de hipótese!
– O Luís gostava que a Helga voltasse a dançar?
Luís – Felizmente, na nossa área de negócio temos sempre tempo e as condições reunidas para o fazermos juntos…