Nas páginas das revistas,
Cláudia Chéu, de 31 anos, tem aparecido, na maior parte das vezes, como a namorada do actor
Albano Jerónimo, de 30. Mas a actriz é muito mais do que isso. No liceu descobriu a paixão pela representação. Como faz sempre, lutou por realizar esse sonho e entrou no Conservatório, onde, aliás, conheceu o actor, com quem namora há oito anos. Com a aprendizagem chegaram os trabalhos, sobretudo em teatro. Anos mais tarde, surgiu a oportunidade na televisão, em
Morangos com Açúcar, onde vestiu a pele de um rapaz. Foi este papel que lhe trouxe o mediatismo. Discreta, Cláudia não procura protagonismos e admite que o mais importante é deixar a sua marca não enquanto pessoa, mas enquanto artista. Entre a encenação, a direcção de actores e a escrita – a actriz escreveu a peça
Poltrona, que vai subir novamente ao palco no final do ano -, Cláudia sente-se uma mulher realizada.
– Encena, escreve, representa. Pode dizer-se que é uma artista completa…
Cláudia Chéu – A minha escolha pela representação foi muito intuitiva. O que desde sempre me atraiu foi a parte da criação, da composição da personagem. Mas depois tive a oportunidade de experimentar a assistência de encenação e a direcção de actores, e fiquei fascinada. Sempre escrevi para a gaveta, mas quando surgiu a oportunidade, apresentei a
Poltrona. Em Portugal, quase não há dramaturgia contemporânea… E o próximo passo é tentar publicar as peças que escrevo.
– Faz escolhas por intuição?
– Não. Sou muito racional. Acho que sou assim em tudo na minha vida. Não sou nada aventureira. Quando dou um passo, gosto de ter a certeza de que as coisas vão andar para a frente.
– Viver tanto para o trabalho não cria desequilíbrios na sua vida pessoal?
– Sei que sou um bocado workaholic, mas adoro o que faço. Às vezes sinto que tenho de parar, mas esses são os momentos de desemprego.
– Para uma pessoa tão racional, não deve ser fácil lidar com a instabilidade desta área…
– São momentos complicados para qualquer actor. Mas nunca pensei desistir ou mudar de rumo. Os resistentes ficam. Temos de ser persistentes e ter uma grande convicção em nós próprios.
– Tem optado por papéis sem grande projecção mediática. Não gostaria de ter mais protagonismo?
– Não há nada de vaidade em mim. O protagonismo não me interessa. O que quero é ter alguma coisa para dizer enquanto artista, não como pessoa individual.
– O seu namorado é bastante conhecido. Lidam bem com a diferença de protagonismo que existe entre vocês?
– Claro, isso nunca foi um problema. Apoiamos sempre os projectos um do outro.
– Parecem ser um casal harmonioso…
– Somos um casal normal. Acima de tudo, somos amigos, e acho que a nossa relação vive muito dessa cumplicidade.
– O casamento já faz parte dos vossos planos?
– Nós não temos nenhuma ideia de casamento. Já falámos sobre isso algumas vezes, mas não temos nenhuma data. É um projecto para concretizar… Casar não é nada importante. É apenas uma festa para viver com os familiares e amigos. Casados já nós somos. Já me sinto casada.
– E ter filhos também faz parte dos planos?
– Quero ser mãe brevemente… Não tenho uma data para isso acontecer, é um projecto para concretizar a médio prazo.