Ícone de beleza em todo o mundo,
Andie MacDowell esteve em Portugal pela primeira vez a convite do festival Douro Film Harvest e mostrou ser mais que uma cara bonita da moda, da televisão e do cinema. Plena de simpatia, amabilidade, humor, elegância, brilho e
glamour, a actriz norte-americana, de 51 anos, conquistou todos os que tiveram oportunidade de falar com ela durante os cinco dias que passou no Norte. E a CARAS teve direito a alguns minutos do seu tempo. O profissionalismo de Andie mostrou-nos que estávamos perante uma estrela, mas, ao mesmo tempo, bastante perto da terra.Mãe de um rapaz e duas raparigas –
Justin, de 23 anos,
Rainey, de 20, e
Sarah
Margareth, de 14 -, do seu primeiro casamento, com
Paul Qualley, um modelo que se tornou empreiteiro, a manequim, que ficou conhecida por vestir umas calças de ganga Calvin Klein muito
sexy, dedica hoje a sua atenção à educação da filha mais nova, a única que ainda vive com ela. Mas, à CARAS, já adiantou o que pretende fazer quando Sarah Margareth sair de casa.
– Antes de vir para o Douro, passeou pelo Porto. O que é que conseguiu conhecer?
Andie MacDowell – Fui a um jantar muito elegante [a convite da Sogrape e da Sandeman] e fiz várias provas de vinho do Porto. Gostei particularmente do vinho com 40 anos. A primeira impressão da cidade foi muito agradável e acho os portugueses muito simpáticos e charmosos.
– Veio para o Douro de helicóptero, mas antes ainda visitou os pilotos da Red Bull Air Race. É aventureira?
– Aterrámos onde eles estavam por causa do mau tempo e, já que lá estava, fui conhecê-los. Aprendi muita coisa, mas aquilo não é para mim. Nunca experimentei andar naqueles aviões, nem irei fazê-lo, porque tenho medo das alturas. Voar de helicóptero ainda tolero, mas fazer aquelas acrobacias seria demasiado arrojado para mim.
– Já conhecia alguma coisa de Portugal?
– Antes de vir, falei com um amigo que já tinha cá estado e ele disse-me para estar atenta aos azulejos. Durante o passeio que fiz de carro pelo Porto, consegui ver vários edifícios com azulejos e, de facto, são muito bonitos. É uma das recordações que levo. Assim como a beleza das margens do rio.
– Está habituada a receber prémios e no Douro Filme Harvest veio receber o CastaDouro Convidada Especial. Estas distinções são importantes para si?
– É simpático receber prémios, mas relativizo a sua importância. Deram-me um César honorífico muito cedo, quando tinha apenas 39 anos, pelo conjunto da minha obra, e eu questionei-me se ficaria por ali. [risos] No caso do prémio que vim cá receber, vejo-o como uma distinção de carreira, não é relativo a nenhum momento específico. Portanto, agrada-me. Significa que já fiz filmes suficientes para ser reconhecida.
– Na sua idade, é um fardo muito pesado ser uma referência de beleza para as mulheres?
– Sinto-me muito bem e feliz por poder passar às mulheres da minha idade uma imagem de confiança. Lá porque estamos a amadurecer, não quer dizer que descuremos a nossa imagem. Acima de tudo, temos de nos sentir bem. E o meu papel é encorajar as mulheres que, como eu, também amadurecem. Não estamos velhas! Temos valor, e o amadurecimento é positivo.
– Recuando 30 anos, quando se estreou no mundo da moda, era aqui que se imaginava hoje?
– Conquistei mais do que alguma vez sonhei para mim. No outro dia dei por mim em casa do senador da Carolina do Norte a fazer um discurso. Em nenhum momento da minha vida me tinha imaginado naquela posição. Nunca pensei chegar tão longe, mas agora que aqui estou, tento dar o meu contributo a quem precisa. Estou muito ligada a acções de solidariedade, fazem todo o sentido na minha vida.
– Com três filhos, como é o seu dia-a-dia?
– Só a minha filha mais nova, Sarah Margareth, é que ainda mora comigo, e é, neste momento, a minha grande preocupação. É nela que concentro as minhas atenções em casa. O meu filho mais velho, Justin, é licenciado em indústria de cinema, e a Rainey está a estudar representação.
– Herdaram de si o gosto pelas Artes? A Sarah Margareth também já demonstra vocação para o mundo artístico?
– Eles saem a mim e ao pai, que também foi manequim e músico. Para além de estudar, a Sarah Margareth é uma bela bailarina. Dança muito bem e eu adoro ver os espectáculos dela. Também dancei quando era mais nova, mas nunca como ela.
– Em breve também a Sarah Margareth sairá de casa para continuar os estudos. Já pensou em como vai ocupar o tempo que agora lhe dedica?
– Quero fazer agricultura biológica, meter as mãos na terra, dedicar-me à agricultura. Quem lida com a terra é mais feliz e tranquilo. Eu digo sempre isto a essas pessoas, mas elas continuam a achar que eu é que tenho uma vida boa. Elas são tranquilas e têm paz, e eu preciso desse equilíbrio na minha vida. Posso continuar a fazer filmes, claro, mas quando não tiver nada para gravar, quero concentrar-me na agricultura. Preciso desse equilíbrio para me sentir bem.
– Vive na Carolina do Norte, já está habituada ao campo…
– Tenho um rancho e passo muito tempo rodeada de verde. Tenho lá cavalos e adoro estar em contacto com os animais. Quando criar a minha quinta, quero ter ainda mais animais e dedicar-me plenamente à terra. Plantar todo o tipo de alimentos e cuidar deles, vê-los crescer…
– É uma mulher feliz?
– Sim, feliz e realizada!
– Já a vimos em filmes independentes e em
blockbusters. O que gosta mais de fazer?
– Filmes independentes que se transformam em
blockbusters. [risos] E já tive a sorte de fazer dois,
Sexo, Mentiras e Vídeo e
Quatro Casamentos e um Funeral.
–
Sexo, Mentiras e Vídeo ainda é um marco na sua carreira…
– O filme mudou a minha vida. E a de muita gente que nele participou. Foi um sucesso incrível e inesperado!
– Já tem novos projectos?
– Tenho dois filmes para estrear até ao final do ano nos EUA:
As Good as Dead e
The 5th Quarter. Interpreto personagens maquiavélicas e promíscuas, espero que as pessoas não me comparem! [risos] É curioso, mas o público quer sempre saber se há semelhanças entre o que somos e o que interpretamos.