São ‘unha com carne’, não se largam. E foi sempre assim desde que
Carolina nasceu, há oito anos.
Liliana Campos diz que a sobrinha é a sua princesa e construiu com ela uma
"ligação muito forte e bonita",
"uma ligação para a vida". E assim, enquanto não surge ‘aquele homem’ que a faça ter vontade de um dia ter os seus próprios filhos, a apresentadora vai gozando do seu estatuto de tia. Sabendo desta ligação, a CARAS convidou tia e sobrinha a passarem um dia mágico fazendo uma das coisas de que mais gostam: compras de Natal.
– A Carolina é um bocadinho como uma filha para si, não é?
Liliana Campos – Sim. Acompanhei o nascimento da Carolina, aliás, vivi logo a gravidez da minha cunhada com muito entusiasmo. E no dia em que ela nasceu, assisti ao parto e nunca mais me vou esquecer. Foi uma mistura de sentimentos muito fortes, porque é o medo de que alguma coisa corra mal, é uma alegria enorme, uma ansiedade e adrenalina muito grandes… e cortei-lhe o cordão umbilical. É uma ligação para a vida. Quer venha a ter filhos ou não, tenho uma ligação muito forte e bonita com ela. E somos muito cúmplices. Ela vai lá para casa, dorme lá, anda por lá como se fosse rainha e senhora. É a minha princesa.
– Diria que ela preenche o vazio de não ter filhos?
– Eu não tenho esse vazio, nunca senti aquele apelo que as mulheres dizem ‘quero e tenho de ser mãe’. Acredito que vou ter filhos, que vou ser mãe… Mas a Carolina não está a ocupar esse lugar, porque eu ainda não senti esse apelo da maternidade. Temos uma relação saudável de tia e sobrinha, de duas amigas, não passa disso.
– Mas quer ser mãe?
– Quero ser mãe, claro que sim. Ainda não aconteceu e não é algo que eu faça questão que aconteça já, até porque o meu tipo de vida não o permite, embora saiba que quando tem de ser, é. Acredito que vá acontecer um dia, até porque sempre disse que vim cá para ser mãe. A minha mãe também me teve aos 40 anos e hoje em dia tudo acontece mais tarde. Claro que se me perguntasse se eu gostaria de ter sido mãe mais cedo… Houve uma altura em que eu achava que sim. Não aconteceu, mas também não sinto que esteja fora de tempo, muito pelo contrário, ainda tenho 38 anos…
– Será que ainda não encontrou o pai ideal?
– Acho que não aconteceu porque não teve de acontecer. Acho que essa história do homem ou do pai ideal… Às vezes, temos tantas surpresas! Não penso nisso sequer, não guardo o saudosismo de pensar ‘aquele é que deveria ter sido o pai dos meus filhos’. A pessoa que vier é aquela que está destinada.
– Portanto, neste momento, está solteira?
– Sim, estou… Estou feliz, estou bem.
– E o que é que um homem precisa para a conquistar?
– Acho que é preciso muito, não sou fácil. [risos] Cada dia que passa, acho que nos vamos tornando mais exigentes, connosco e com os outros. Aquilo que se quer quando somos adolescentes é uma coisa, aos 20 é outra, aos 30 uma terceira. Quero uma pessoa que compreenda e aceite este tipo de vida que tenho, o que nem sempre é fácil. Tem de perceber que aquilo que para a maior parte das pessoas é diversão, que são as festas, para mim é trabalho. Depois, tem de ser cavalheiro, ter sentido de humor, sentido de justiça e, claro, se for bonito, melhor.
– Acredita que tem de se ir passando por uma série de relações falhadas para, então, no fim se acertar?
– Não acredito em nada disso. Há pessoas que acertam logo à primeira e que são felizes para sempre. Eu acredito mesmo no amor, sou uma romântica, adoro tudo o que tenha que ver com o romantismo, como partilhar uma música, uma sobremesa, um filme, um livro… Acredito em todas estas pequenas grandes coisas e não acho que se tenha de passar por várias relações para se chegar à certa. Acho é que há pessoas com mais sorte do que outras… O importante é acreditar no amor.
– Ainda acredita que vai encontrar o seu amor ou é daquelas pessoas que acha que vai ficar para tia?
– Não, de todo. Pode acontecer, quer dizer, não vejo que isso seja mau desde que não seja maltratada pelos sobrinhos. [risos] Acho que o importante no meio disto tudo é estarmos bem connosco próprios. Se o objectivo for constituir uma família, que é, uma vez que acho que todos somos mais felizes se constituirmos uma família, embora haja pessoas que o sejam também sozinhas. Mas prefiro estar sozinha e ser feliz do que ter uma família e ser infeliz.
– Acha que os homens têm medo de si por ser conhecida?
– Não. As mulheres tornaram-se muito mais independentes e há uma parte dos homens que se assusta com isso. Não é o facto de ser uma pessoa conhecida que os assusta, até porque todas as relações que tive não sofreram com isso. Acho que quando se está e se gosta, há coisas que são mesmo secundárias, e essa é uma delas. Agora, no geral, as mulheres estão muito mais independentes, e isso assusta os homens, sim.
– E é uma mulher independente? Vive sozinha?
– Sim, adoro, e quanto mais tempo passa, mais egoísta me fui tornando com o meu espaço e as minhas coisas. Não tenho tanto tempo como gostaria para estar com as minhas coisas, no meu espaço e, quando estou, é um privilégio. Não me custa nada estar sozinha. Há pessoas que têm de estar sempre rodeadas de gente, eu tenho necessidade de estar sozinha, e há momentos que são só meus e de que preciso para recuperar as energias.
– Mudando de assunto… O Natal ganhou outra magia desde que a sua sobrinha nasceu?
– Ganhou, completamente! Para mim, sempre foi mágico. A minha família é católica praticante e para nós o Natal é encarado como o nascimento de Jesus e reunimos a família toda. Só na altura do Natal e da Páscoa é que conseguimos estar todos reunidos, e somos muitos. Existe a tradição do Natal e a dos presentes, mas a verdade é que o espírito foi reforçado com a vinda da Carolina e, entretanto, de outras crianças que foram surgindo na família.
– Mas a Liliana também gosta dos presentes, de receber e ficar curiosa com o que aí vem?
– Gosto! Sou curiosa, mas incapaz de abrir antes do tempo. Não abro mesmo! Podem oferecer-me e dizer que é para colocar na árvore de Natal, que é o que eu faço. Adoro receber e dar presentes, gosto de ir às compras. E tenho outra paixão: fazer embrulhos, sempre personalizados. Compro com antecedência caixas, sacos e fitas e reservo uma ou duas noites para essa tarefa.