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Campiso Rocha, Natacha Brigham, Nuno Miguel Sousa
Rosa Lobato de Faria morreu no passado dia 2, aos 77 anos, na sequência de problemas intestinais que conduziram a uma anemia grave. Estava internada no Hospital Cuf Infante Santo. "
Dentro do possível, fomos apanhados de surpresa. É um desgosto enorme. Era uma mulher fantástica, óptima mãe e avó e vai fazer imensa falta" referiu
Teresa Sacchetti, filha mais velha da escritora e actriz, que falou à CARAS dias depois. Também a irmã,
Bi Rebelo de Sousa, aceitou partilhar connosco algumas palavras quase uma semana após a morte da mãe: "
Vou recordar a mãe no lado mais solar do meu coração – linda, doce, amiga, positiva, alegre, inteligente e culta. Pensei que a teria para sempre, pois recorria a ela para tudo, desde opiniões sobre livros e autores, assuntos domésticos, coisas de mães e filhas… Todos a têm lembrado com carinho, e por isso estamos gratos e felizes. Quero estar alegre, pois a sua vida era contagiante e sempre nos dizia: ‘Quando eu morrer, não chorem, vivam as vossas vidas e sejam positivos. E eu sorrirei para vós, lá onde estiver.’ Penso que por estes dias já a vejo sorrir numa estrela pequenina e brilhante que no céu acaba de nascer."
A morte de Rosa Lobato de Faria tocou muita gente e no dia em que foi celebrada a missa de corpo presente, eram muitos os populares que se aglomeravam à porta da Igreja de Santa Isabel, em Lisboa, para um último adeus. Lá dentro, familiares e amigos escutavam, comovidos, as palavras do padre Tolentino de Mendonça: "
É na arte que revelamos tudo aquilo que Deus nos oferece e perante nós está Rosa Lobato de Faria, de quem nos devemos orgulhar e de quem herdámos muito." Expressões como "
apaixonada pela vida", "
força da natureza", "
alegre" e "
bem-disposta" foram muito utilizadas pelos amigos que a evocaram, e para a maioria deles este desfecho foi uma surpresa, já que todos acreditavam na sua capacidade para ultrapassar as adversidades.
Para a família não será fácil lidar com o seu desaparecimento, como nos confessou a mais velha dos 12 netos de Rosa Lobato de Faria, a cantora
Mafalda Sacchetti, também alguns dias depois do funeral: "
Não existem palavras suficientes para descrever a minha avó. Tínhamos uma ligação fora do normal, acho que da família era comigo que ela mais se identificava. Éramos amigas, confidentes, trabalhávamos juntas – ela escrevia para mim e eu cantava para ela. Ela falava comigo sobre coisas que não tinha coragem de falar com mais ninguém, inclusivamente para o fim. Vai-me fazer muita falta, era o meu colo. Tenho um enorme orgulho e tudo farei para preservar a sua memória."
Na missa em que todos se despediram da autora, ficou-nos na memória o poema da sua autoria que o filho
João Sacchetti declamou, do qual reproduzimos uma parte: "
Se eu morrer de manhã/ abre a janela devagar/ e olha com rigor o dia que não tenho./ Não me lamentes. Eu não me entristeço:/ ter tido a noite é mais do que mereço/ se nem conheço a noite de que venho."
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