O espírito aventureiro e alguma destreza física levaram
Patrícia Bull a aceitar o convite para participar na Seat Snow Cup e passar alguns dias nas montanhas de Andorra. A CARAS esteve lá e falou com a actriz, que, aos 31 anos, continua a ser um exemplo de humildade e profissionalismo. Fiel aos seus princípios, mas sempre com uma janela aberta para o horizonte e para tudo o que a vida lhe possa trazer, Patrícia mostra-se mais madura, assume a vontade de formar família, ter filhos, mas com a mesma serenidade de sempre. Tanta quanta a vontade de sonhar, que faz questão de manter presente.
– A personagem que interpreta em Perfeito Coração, Vera, é algo controversa e importante para a história…
Patrícia Bull – A personagem é fechada, insegura no campo social e relacional. Ao contrário daquilo que revela no trabalho, que é um total profissionalismo e dedicação. A partir do momento em que desperta a paixão pelo Pedro, claro que isso vai interferir na relação dos protagonistas.
– Vê semelhanças com o seu carácter?
– Sou sem dúvida mais extrovertida e gosto de amar. Não tenho medo de procurar o amor nem de o sentir.
– Mesmo que isso ponha em causa a sua independência?
– A minha individualidade não é posta em causa. Sou independente em muitos aspectos, mas não vivo sem amor. São coisas diferentes! E já cresci mais um bocadinho, já tenho outras ambições…
– Que passam por uma relação mais estável, por constituir família?
– Daqui a pouco começa a ser altura. Se a vida mo permitir…
– Essa vontade de ter filhos tem que ver com a idade, pensa nisso, sente que pode estar a perder tempo?
– A vontade de ter filhos tem que ver com aquilo que eu prezo na minha vida, que é partilhar afectos, emoções, experiências. É gostar de ver crescer quem se ama e adorava ter filhos, cuidar deles, vê-los crescer, partilhar o que sou.
– É fácil conciliar a profissão que tem com esse lado mais familiar?
– Não sei ainda. Mas pelo que vejo em meu redor, tudo é possível! Emociona-me sempre ouvir aquelas histórias de pais que fazem tudo e dão tudo pelos filhos. Histórias de amor incondicional.
– E que têm muito que ver com a sua família, à qual continua muito ligada…
– Fico mais feliz se os vejo felizes. Nesse aspecto, sinto alguma dependência, claro! E, para mim, a família deve ser presente.
– Continua a fomentar muito o seu lado espiritual e a sua serenidade… É essa atitude que a faz combater as adversidades?
– A minha serenidade às vezes é arrebatada por acontecimentos exteriores que me ultrapassam, mas a tendência é para acalmar no fim e seguir em frente, olhando ternamente para o que vivenciei, tenha sido bom ou mau… Mas também tenho uma certa impulsividade!
– Sente que o passar dos anos lhe traz maior equilíbrio e harmonia?
– Deveria. Às vezes acho que sim. Almejo isso mesmo. Centro. Equilíbrio. Harmonia. Mas também tenho um espírito inquieto…
– Há aí alguma rebeldia?
– Há desejo de encontrar mais, não tem necessariamente de ser rebeldia. Gosto de conquistas, gosto de ir mais longe. Não só fora, mas dentro de mim. E a vida é tão curta! Gostava de ter a sabedoria para não me desviar desse caminho… Mas às vezes distraio-me.
– O que mais a distrai?
– Coisas simples, banais. Se eu fosse um jardim, diria que gostaria de erradicar toda a erva daninha… mas não sou um jardim, nem sou perfeita.
– Depois de Perfeito Coração, o que se segue?
– Quero aproximar-me mais do cinema. É um desejo recorrente de todo o actor, e quero voltar a pisar o palco, sem dúvida! Talvez faça ambos! Espero… O cinema exorcisa e o teatro inspira, ou vice-versa!
– Sair de Portugal em busca de um sonho alguma vez foi um objectivo?
– Já realizei o desejo de estudar lá fora, quando tinha 17 anos. As metas vão-se criando, conforme as fases e as oportunidades. Neste momento sabe-me tão bem viver aqui… Mas se tivesse uma proposta, também não hesitaria. Gosto de partir à aventura!
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