O ar formal e sóbrio com que se ‘apresenta’ todos os dias na SIC Notícias pode enganar quem não a conhece bem. Isto porque
Marta Atalaya é, na realidade, uma pessoa muito mais descontraída e, essencialmente, uma mulher de família, com as prioridades bem definidas. Casada com
José Alberto Carvalho, director de Informação da RTP, mãe de dois filhos,
Duarte e
Maria, de quatro e um ano, respectivamente, e ‘madrasta’ de duas raparigas,
Rita e
Joana, de 15 e 12 anos, a jornalista revelou, durante esta conversa com a CARAS, ser uma mulher feliz e ter a vida com que sempre sonhou.
– É daquelas mulheres que diz que nasceu para ser mãe?
Marta Atalaya – Sempre pensei que a minha vida, o meu futuro, passava por ser mãe. Ser mãe é um grande desafio, o mais exigente, mas o mais apaixonante possível. Sempre desejei ser mãe. E hoje sinto-me uma mulher muito mais realizada. Costumo dizer que já não me lembro como era a minha vida sem os meus filhos. Que vazia era a minha vida sem eles!
– Acha mesmo que a sua vida era vazia?
– Agora, acho que sim. Acho que, hoje em dia, gosto mais de mim, sinceramente, acho que sou melhor pessoa desde que os meus filhos nasceram. Mas eu era feliz antes deles. Quando digo vazia, era porque faltava mesmo qualquer coisa, e eles vieram preencher isso.
– Quer ter mais filhos?
– Se me saísse o Euromilhões gostava de ter mais filhos. Mas, neste momento, estamos muito bem assim, com quatro filhos. Aliás, hoje em dia, ter quatro filhos é uma aventura. E sobretudo quando queremos e procuramos, que é o nosso caso, ser pais presentes. Para mim, não faz sentido ter filhos e não os acompanhar. Claro que há alguma coisa que fica para trás. E o que é que fica para trás? Fica a vida social, o estar com os amigos ou ir fazer programas mais a dois… Como temos tão pouco tempo para estar com eles, porque a nossa vida profissional é tão exigente, o tempo que temos disponível é, obviamente, para estar com os filhos.
– Ainda que haja menos momentos a dois, acha que os filhos reforçam o amor entre o casal?
– Acho que reforçam laços, que aproximam um casal, mas são um desafio. Porque o casal acaba por ter de fazer um maior esforço para dar ao outro, a atenção, o amor, a dedicação acabam por ser repartidos. Acho que é uma questão de equilíbrio e, quando se consegue encontrar esse equilíbrio, é muito bom. É importante alimentar os momentos a dois. As pessoas precisam de estar a sós, de ter os seus momentos de romantismo, de partilha a dois… e isso, de facto, é importante para o casal.
– E em relação à profissão, acha que por causa dos filhos houve um desinvestimento na sua carreira?
– Não. Acho que quando existem filhos, o nosso grande desafio é conseguirmos gerir melhor o tempo, procurando que nem os filhos nem a carreira fiquem para trás. Eu acho que é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Claro que isso exige muito mais de nós, mas não sou daquelas pessoas que acham que os filhos estragam a carreira, muito pelo contrário. Os meus filhos, como me preenchem tanto enquanto pessoa e mulher, acho que fazem com que eu tenha também crescido enquanto pessoa, e isso é bom para a profissão. São coisas que se complementam, não é nenhuma incompatibilidade.
– Seria capaz de deixar de trabalhar para ser mãe a tempo inteiro?
– Não, não seria capaz. Todas as facetas da minha vida se complementam, não se substituem. Acho que sou muito melhor pessoa, muito melhor mãe… porque se estivermos realizados profissionalmente, isso faz-nos sentir mais felizes e, obviamente, estando bem connosco próprios, conseguimos transmitir isso aos nossos filhos. Não me vejo a ser mãe a tempo inteiro, e isso nunca me passou pela cabeça. Acho que não seria melhor mãe do que sou hoje se não estivesse a trabalhar.
– Tem a vida que sempre quis?
– Posso dizer que sim. Sinto-me uma mulher realizada pessoal e profissionalmente, estou felicíssima na SIC Notícias. Sinto-me uma mulher abençoada com aquilo que tenho, acho que não posso pedir mais, porque se for assim, eu estou feliz.
– Como é o José Alberto Carvalho em casa, enquanto pai e marido? Porque estamos habituados a ver o seu marido num registo muito sóbrio…
– O Zé é um pai extraordinário, muito presente… partilha todas as coisas com os filhos, desde as idas ao médico às reuniões da escola, às brincadeiras, aos filmes que vê com eles, aos legos que faz com o Duarte, às sessões de cócegas, às escondidas… O Zé tem essa capacidade de ser um excelente profissional e um pai extraordinário, um pai inspirador. E como marido também, é um grande companheiro, excepcional. Estamos juntos há dez anos e casámo-nos há seis.
– Quando se conheceram, o seu marido já tinha duas filhas…
– Quando as conheci, a Joana tinha três anos e a Rita seis. São as minhas meninas, que já estão tão crescidas. Foi um desafio. Costumo dizer que o Zé trouxe à minha vida dois tesourinhos, duas agradáveis surpresas. Aliás, acho que isso facilitou também um bocadinho a minha tarefa de mãe, porque o facto de lidar com elas tão pequeninas acabou por me dar alguma experiência. Elas foram e são duas pessoas muito importantes na minha vida.
– É uma segunda mãe para elas?
– Acima de tudo, procurei e procuro ser uma amiga, que elas saibam que podem contar comigo para o resto da vida, aconteça o que acontecer. A nossa relação sempre foi muito boa e não há segredos, o essencial é procurar não substituir o papel da mãe e saberem que sou muito amiga delas e que estou sempre cá. Somos os seis uma verdadeira família. A casa tem muito mais graça quando estamos todos juntos em grupo.
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