Sente-se mais escultora do que pintora, e isso vem do facto de ter começado a frequentar o ateliê do pai, o famoso escultor Armando Mesquita, aos quatro anos. A pequena Clotilde viveu a arte em todo o seu esplendor e o curso de Belas-Artes foi uma certeza que cultivou desde cedo.
Nos 23 quadros que agora expõe na Mãe d’Água, as cores fortes atraem o olhar de quem visita o espaço onde a água está intimamente ligada ao título que deu à exposição, Regeneração. Não nega que as cores quentes são consequência dos dez anos que viveu em Luanda, Angola, país para " onde voltava já amanhã se pudesse. Foi lá que nasceram as minhas duas filhas, a Mara e a Sofia. O Alexandre já tinha um ano quando fui para lá", contou-nos de olhos risonhos e saudosos. Conhecida pelas pinturas em que os modelos são mulheres africanas, Clotilde Fava (mãe da ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava) diz que "o mote para esta segunda série de flores, que não são apenas flores, foi um chamamento para a vida, porque a vida é isso mesmo, um constante renascer". A filha Mara elogia a força interior da artista, a mesma de que Clotilde fala num breve auto-retrato em que acrescenta a felicidade: " Sou uma mulher feliz, sempre fui."
Esta Regeneração começou depois de ter visto, há uns anos, a fotografia de um pai com o filho a morrer-lhe nos braços na Faixa de Gaza. "Isso, juntamente com a queda das torres, em Nova Iorque, onde tinha estado em Maio, fez-me pintar coisas relativas à ideia de regeneração", explicou.
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