Pedro Couceiro, de 40 anos, e
Maria Ricciardi, de 35, estão juntos há sensivelmente dois anos e meio, mas quem está perto deles diria que a cumplicidade, de tão afinada, tem muitos mais anos. Apesar de serem
"muito diferentes", como garantem, são inseparáveis e têm um no outro o maior apoio possível. Por isso, é com naturalidade que encaram o casamento como o próximo passo a dar na relação.
Foi na companhia de
Inês, de quatro anos, filha de
Pedro, e de
Luís, de dez, e
Manuel, de oito, filhos de Maria, que o piloto, que neste momento compete no Open Europeu de GT pela Ferrari, onde ocupa o segundo lugar, e a companheira partilharam com a CARAS os segredos de uma vida familiar feliz, durante uma manhã passada no Browns Sports & Leisure Club, em Vilamoura.
– Acredito que, para quem compete num desporto tão exigente como o seu, as férias sejam um período de ouro…
Pedro Couceiro – Com crianças, é mais difícil recarregar baterias. Para desligarmos realmente é só no final do ano, quando viajamos só os dois ou com um grupo de amigos, mas sem crianças.
Maria Ricciardi – Dá para sairmos da rotina, mas para descansar, não. Estas férias são importantes é para eles, para saírem de casa.
– E como é que é ter três crianças em casa? Elas dão-se bem?
– Elas dão-se bem. Discutem, como todos os irmãos – dois ou três é só uma questão de mais um bocadinho de barulho -, mas eles são cúmplices e amigos.
Pedro – Eu sinto que eles são muito protetores da Inês e ela acaba por abusar do mimo. Eu sou muito disciplinador e a Inês vai buscar à Maria, ao Manuel e ao Luís aquilo que quer e que eu muitas vezes não deixo.
Maria – Hoje em dia, se ela quer pedir alguma coisa, vem ter comigo e não com o Pedro. Ela sabe que tem aqui um porto de abrigo um bocadinho mais maleável.
– O Pedro e a Maria são muito diferentes?
– Nós somos completamente o oposto. Eu sou muito descontraída e o Pedro é muito mais sério…
Pedro – Sou muito disciplinado por natureza e tenho algumas obsessões. Sou muito arrumado e gosto de ter tudo no lugar, mas tento não afetar as pessoas que estão ao meu lado com essa minha obsessão. Mas as pessoas que estão ao meu lado tentam ser arrumadas. É uma adaptação constante. E tornei-me muito menos complicado desde que estou com a Maria.
– Ao longo destes dois anos e meio, o que é que têm aprendido um com o outro?
Maria – Temos aprendido tanta coisa…Temos crescido muito e tenho aprendido a não ferver em tão pouca água, a ser mais paciente.
Pedro – E eu, mesmo assim, ainda me vou queimando muito. [risos] Tenho tentado adaptar-me. Somos diferentes, mas temos uma relação muito cúmplice e uma das grandes atrações da nossa relação tem precisamente que ver com as nossas diferenças. A Maria já viveu situações minhas menos fáceis e eu percebi que é bom termos ao nosso lado uma pessoa que pense de maneira diferente da nossa.
– Com tanta cumplicidade e com as experiências vividas a dois, já faz sentido pensarem no casamento?
Maria – O casamento já faz sentido e já há planos, mas não vou dizer. [risos] Vamos casar-nos este ano, no Inverno. Só estamos no dilema se vai ser uma cerimónia íntima ou maior. Acho que o casamento vai ser um marco na nossa relação. E é o oficializar das coisas.
Pedro – Eu vou gostar muito mais que ela diga que está aqui o meu marido do que o meu namorado! [risos] Mas antes do casamento ainda quero acabar o campeonato, pelo qual estou a lutar, e isso será só no dia 31 de Outubro.
– É subir ao pódio e subir ao altar…
– A Maria já me puxou para o pódio mais alto que podia alcançar. Eu tenho de me empenhar muito agora nesta fase do campeonato e a Maria está a dar-me toda a força. E eu acho que a pedi em casamento logo no início da nossa relação.
– E também já faz sentido falar-se de filhos?
– De hoje a um ano falamos sobre isso.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.