Mafalda Arnauth encontra-se em plena fase de promoção do seu último trabalho, intitulado
Fadas, um disco cuja intenção, diz,
"é celebrar as almas fadistas e a magia que trouxeram à minha vida". Visivelmente mais magra, a fadista, que festejou recentemente o seu 36.º aniversário, revelou à CARAS sentir-se cada vez melhor na sua pele enquanto mulher e assegura sentir-se muito confortável com o seu estado de solteira.
– Na última entrevista que nos deu, há dois anos, referiu manter um relacionamento que, entretanto, parece ter chegado ao fim…
Mafalda Arnauth – Sim, faz parte do passado. O meu estado atual, de solteira, já dura há algum tempo… Sou solteira, não inveterada, mas muito confortável neste lugar. [risos]
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–
É difícil chegar até si?
– A questão não se coloca a esse nível. A pessoa que tiver que chegar até mim, chega, e, naturalmente, o espaço é seu. Não acho que estas coisas tenham regras ou padrões. Definitivamente, é uma coisa com a qual, com o passar dos anos, me tranquilizei imenso. Não preciso do padrão do casamento tradicional, de cumprir o meu relógio biológico… Aliás, faz-me imensa confusão quando se fala em filhos e em Timex ao mesmo tempo. As artes e esta vida que adotei é como um apostolado ou uma militância. Não nos calha uma vida com contornos tão especiais e particulares para se viver de ânimo leve. Por isso, esta dedicação completa à minha carreira, de há dois ou três anos para cá, é completamente absorvente. Portanto, acho que, se calhar, tenho privilegiado menos o meu lado pessoal, porque também me sinto imensamente rica e preenchida. Não sinto que tenha que fazer coisas nem por carências nem por necessidades. Assim tenho a certeza que o que quer que esteja reservado para mim será à minha medida.
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– Descobri que gosta muito de cozinhar…
– Gosto imenso, quando tenho tempo. Gosto de cozinhar, cada vez mais coisas saudáveis e que não durem uma semana na memória pelos efeitos que causam, porque temos coisas maravilhosas que podemos comer e que nos sabem muito bem na hora, mas depois têm efeitos drásticos. Podemos perfeitamente comer muito bem sem causar estragos.
– Houve, portanto, uma reeducação alimentar na sua vida?
– Sim. Essa reeducação vem acontecendo de há quatro anos para cá, embora continue a gostar de comer e saborear, portanto, como costumo dizer, ou estou em dieta ou estou a estragá-la! [risos] Também estou a chegar àquela fase em que me apetece equilibrar estas duas partes, pois acho um disparate estar sempre em pecado ou sempre em restrição. Ultimamente tenho contado com o apoio de uma nutricionista da Policlínica de Cantanhede – espaço do qual fui convidada para ser imagem – que me dá umas dicas úteis e que, no final, acabam por fazer a diferença. Depois, tenho a sorte de fazer uns tratamentos estéticos que ajudam muitíssimo.
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– Perdeu sete quilos nos últimos três meses. É uma boa desculpa para renovar o guarda-roupa?
– É bom a todos os níveis. Esta produção fotográfica para a CARAS, por exemplo, torna-se muito mais fácil. Sou preocupada com a imagem e, embora evite massacrar-me com essas questões, a verdade é que estando mais magra, acabo por facilitar o processo a quem tem de escolher roupas para nos vestir.
– Continua a eleger um estilista para a vestir para os concertos?
– Neste disco regresso às versões, vou buscar heranças. Está ligado à portugalidade, portanto, inspira-se em vários quadrantes do País. Ou seja, sinto que este disco me permite ir criando o meu próprio guarda-roupa, usando os recursos que tenho à minha disposição. Poder usar uma peça de cada estilista é o meu sonho.
– Sente-se mais confortável no papel de mulher descontraída ou sensual?
– Acho que a minha sensualidade estará sempre subjacente, se bem que eu não tenha muita consciência dela. Não me revejo de maneira nenhuma no papel de fadista
sexy. Acho que a minha postura em palco é a antítese de uma
Mata Hari, tal é a descontração. A verdade é que me sinto cada vez melhor na minha pele, enquanto mulher e na minha feminilidade. E uma das coisas que gosto de dizer às mulheres é para se cuidarem. Por vezes, a mulher portuguesa passa por uma fase em que se deixa absorver pelo trabalho, pela família, pelos casamentos de longa data, e acaba por abdicar de si própria. Recomendo vigilância e cuidados a 100%, pela sensação interior que isso traz.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.