Dezasseis anos depois de ter sido concluída,
Ribeira Negra, uma das obras-primas de
Júlio Resende, está, finalmente, exposta no Porto, no Edifício da Alfândega.
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Este painel é um elogio à Ribeira, de que tanto gosto. Um abraço, apesar de não ter a forma de um abraço", explicou o mestre, defendendo que a Alfândega tem "
ambiente" para expor esta obra: "
Aqui as coisas podem ser sentidas, amadas e sofridas. Ligo muito o amar ao sofrimento. E a arte também dói. Não é só uma coisa bonita, mas algo absolutamente necessário. Porquê? Porque faz as pessoas sorrirem e ficarem surpresas."
Convidada para inaugurar o painel,
Gabriela Canavilhas realçou "
o encontro mágico da oportunidade e do objeto. Parece que esta parede nasceu para receber este painel e este painel foi criado para esta parede. É como se devolvesse à Ribeira algo que nasceu da Ribeira".
Um tributo que a cidade do Porto faz ao seu mestre, que, aos 93 anos, continua a pintar. "
As homenagens devem ser feitas em vida. As póstumas soam-me a hipocrisia ou a que alguém acordou tarde. É durante a vida que os artistas devem receber o aplauso daqueles a quem se destina a sua obra. Ainda bem que se devolve à cidade esta grande obra do mestre Júlio Resende enquanto ele ainda pode testemunhar o apreço que as pessoas sentem pela obra dele", concluiu a ministra da Cultura.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.