Cláudia Piloto, de 35 anos, está a viver uma das melhores fases da sua vida. Depois de, há cerca de dois anos e meio, ter sofrido um aborto espontâneo e de não poder dedicar-se tanto ao seu espaço, Claudia Piloto Concept, a criativa e empresária conseguiu engravidar de novo passados quatro meses.
Carlota nasceu há um ano e hoje a empresária dedica-se de corpo e alma aos seus novos projetos.
Apesar de ter passado por momentos particularmente difíceis, Cláudia nunca esteve sozinha e contou sempre com o apoio do marido,
Francisco Vaz Guedes, e das filhas mais velhas,
Carolina, de 11 anos, e
Francisca, de dez, fruto de uma anterior relação. A CARAS esteve no Claudia Piloto Concept, no Estoril, onde a criativa falou sobre a fase menos boa que viveu, a família e as suas novas apostas a nível profissional.
– A sua vida mudou muito com o nascimento da Carlota?
Cláudia Piloto – O nascimento da Carlota ou, melhor, o que se passou anteriormente, não foi muito normal. Quando a Carlota nasceu, fiquei superfeliz, porque já estava grávida há imenso tempo… São sensações que não dão para explicar. Quando ela nasceu, foi tudo muito bom.
– A Carlota é o primeiro filho que a Cláudia e o Francisco têm em comum. Sentia que faltava dar este passo na vossa relação?
– Não faltava nada. Eu gostava muito de ter um filho do meu marido, mas não era por sentir falta de alguma coisa, até porque as minhas filhas é como se fossem dele também, porque vivem todos os dias connosco. Obviamente é diferente, mas não há nenhuma distinção entre elas. Eu já era muito feliz com as minhas filhas.
– Antes de engravidar da Carlota, a Cláudia sofreu um aborto espontâneo quando estava grávida de seis meses. Acredito que essa experiência a tenha marcado muito…
– Costumo dizer que ela esteve dois anos para nascer e que o resultado está à vista, porque a Carlota é uma bebé muito especial, simpática, bem-disposta… O que passei antes dela foi muito difícil. Só quem passa pela perda de um filho é que percebe o que sentimos. Foi uma altura da minha vida muito complicada e triste em que não tinha grande motivação para nada. E essa fase só terminou com o nascimento da Carlota. Hoje, que me sinto tão bem e completa, vejo que naquela altura não estava nada bem. Não chega a ser uma depressão pós-parto, porque o bebé nem sequer chegou a nascer, o que é muito pior.
– E como é para o seu marido viver numa casa com três mulheres, tendo em conta que ele próprio também já tinha duas filhas?
– Eu acho que ele adora, porque assim tem o seu próprio harém. E eu adoro mulheres. É muito mais fácil termos só mulheres. Se tivéssemos rapazes e raparigas, acredito que seria mais difícil, porque as brincadeiras e os gostos são diferentes.
– Deve ser um desafio ter de educar três filhas, ser casada e ainda ter o seu espaço e novos projetos para gerir…
– É um desafio. Mal abri este espaço, estive seis meses de cama a lutar pelo bebé que não nasceu e garanto que foi uma luta levada a sério. Não me culpei pela perda do bebé, porque fiz tudo o que podia por ele. Para mim, a gravidez era uma coisa natural, não era nenhuma doença, mas acabou por ser… Abri este projeto, que para mim era um bebé, e não estava a cuidar dele, porque não saía da cama. Só neste momento é que me sinto de corpo, alma e coração a dar o meu melhor. Hoje em dia, acabo por não estar o tempo que queria com as minhas filhas, mas elas também têm de perceber que a mãe tem de trabalhar. E como me sinto completa e feliz, sei que lhes dou o melhor de mim.
– O que é que hoje faz de si uma mulher mais
‘completa e feliz’?
– As inseguranças deixaram de existir. Até aos 30 anos há muitos medos, sobretudo para as pessoas que gostam de arriscar. E o que sempre quis foi ser eu própria e fazer aquilo de que gosto. E encontrarmo-nos a nós próprios dá algum trabalho. Nasci com uma veia de artista, daí o meu trabalho criativo. Pinto, decoro, cozinho e agora comecei a trabalhar no
Wedding Concept, projeto no qual desenho o vestido da noiva e dos filhos, se já os houver. Tratamos de toda a conceção do casamento. Sempre quis fazer consultoria de imagem a nível global e estou muito mais completa agora, porque me sinto muito bem na pele da mulher que sou.
– E já é a mulher que sempre quis ser?
– Sou uma mulher com muita força e sinto-me bastante confiante. Essa confiança foi conquistada a pulso, porque tinha algumas inseguranças e neste momento já não as tenho. Sou uma mulher segura, fiel, que aceita as coisas e as pessoas como elas são. Antes, não aceitava os outros como eles eram. A maldade, o pretensiosismo são coisas que me custa muito aceitar. Os outros são aquilo que querem ser. Aprendi a olhar mais para mim e deixar de lado o resto.
– Agora que começou a trabalhar na área dos casamentos, sente que para fazer bem esse trabalho é necessário ter um casamento feliz?
– Sinto mesmo isso. Sem criticar ninguém, acho que as pessoas perdem muito tempo a olhar para a vida dos outros e não olham para as delas. Tenho um casamento muito feliz exatamente porque não perco tempo a olhar para a vida dos outros. Acho que eu e o Francisco sempre fomos felizes, porque gostamos muito um do outro, da nossa família e temos integridade, que é fundamental. Mas também lutámos pela nossa felicidade! Ultrapassámos muitas coisas que não foram boas e hoje em dia estamos mais felizes do que nunca. A nossa união é muito mais forte do que só o amor e a paixão. Se não houver uma grande cumplicidade, harmonia e, acima de tudo, fidelidade, a felicidade não é possível. E para fazer casamentos temos de ter um que seja feliz!
– Também está muito mais magra…
– Sempre fui magra, mas quando fiquei à espera do meu outro bebé, estive seis meses de cama, comi quatro vezes mais do que o normal e ainda fiz retenção de líquidos… Nas gravidezes das minhas filhas engordei 30 quilos de cada uma e é muito complicado voltarmos ao normal. E só agora é que estou a recuperar a boa forma física. O segredo é ginástica, vou ao ginásio todos os dias, faço drenagens linfáticas duas vezes por semana, aparelhos, porque tenho aqui a parte de spa, e tenho uma alimentação supersaudável.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.