Foram muitas as personalidades que prestaram hoje uma última homenagem a
Malangatana Valente Ngwenya, o artista plástico moçambicano que morreu na quarta-feira, 5 de janeiro, vítima de doença prolongada.
Pelo Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde o corpo do pintor esteve em câmara ardente desde as 9h da manhã, passaram cerca de 300 pessoas, que fizeram questão de lhe prestar uma última homenagem. O Governo português fez-se representar por
Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura, que definiu Malangatana como um ser humano
"valente pela personalidade lusófona, pelo gosto da partilha, amor pelo outro, especialmente pelos mais jovens", acrescentando ainda:
"É um ícone nacional de Moçambique, mas Portugal soube reconhecer o carácter emblemático da sua obra".
Também
Mário Soares, antigo presidente da República e amigo pessoal do artista, fez questão de estar presente neste último adeus.
"A vida dele cruza-se com a minha. Apesar de ter sido um combatente pela independência e liberdade de Moçambique, foi sempre um grande amigo de Portugal. Distinguiu sempre Portugal da ditadura colonialista", afirmou.
Já o embaixador de Moçambique em Portugal,
Miguel Mkaima, quis destacar a importância da homenagem prestada a Malangatana.
"A realização desta cerimónia no mesmo local onde estão sepultadas grandes figuras de Portugal, como
Luís de Camões ou
Vasco da Gama, é o reconhecimento inequívoco da irmandade e das excelentes relações entre o povo português e o povo moçambicano", salientou.
O corpo do artista plástico será trasladado para Moçambique, onde serão realizadas as cerimónias fúnebres, na próxima terça-feira, 11 de janeiro.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.