Indiferente aos rumores de separação,
Diana Chaves conta-nos que continua a viver uma relação apaixonada com
César Peixoto ao fim de três anos de namoro. A apresentadora e atriz é a imagem de uma mulher feliz que sabe o que quer.
– Tem mau acordar?
Diana Chaves – Nada. A não ser que durma pouco ou esteja muito cansada, o normal é acordar a rir e bem-disposta. Gosto de acordar cedo, de aproveitar o dia.
– E o César também acorda bem-disposto?
– Não tanto como eu, porque eu acordo mesmo super bem-disposta.
– Dê-nos um exemplo de algo que a Diana faça que deixe o César fora de si?
– Ele acha que eu sou um bocadinho ‘furiosa dramática’, muito exagerada. Eu acho que até sou bastante prática… mas, por exemplo, sou muito maternal com o meu pai, com as minhas irmãs e até mesmo com ele e quando digo coisas do género:
"Ah, não há almoço, o que é que vão comer?", ele goza comigo por ser assim exagerada.
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– E o contrário? O que é que ele tem que a irrita? É desarrumado?
– Não, nada, é super arrumado e muito querido. Mas eu sou muito mais de exteriorizar o que sinto, seja onde for. Se for na rua e me apetecer dar um abraço ou um beijinho, dou. Ele não, é muito mais contido nessas coisas, por isso, às vezes provoco-o. Por exemplo, no supermercado, à frente da pessoa que está na caixa, digo-lhe coisas como:
"És tão lindo, amor!" Ele fica envergonhadíssimo e às vezes irrita-me que tenha vergonha dessas coisas. Mas brinco com isso e tento que ele se torne mais descontraído.
– Parece ser muito romântica…
– Sou caranguejo, sou super romântica. Faço montes de surpresas… e ele adora. Quase todos os dias lhe faço uma surpresa. Acho que é importante para manter uma relação. Três anos depois, sou apaixonada pelo César como se fosse o primeiro dia.
– Com tanta surpresa, a vossa relação não se torna monótona, não é?
– Sim, as nossas vidas também não permitem que exista monotonia. Mas sempre que há um tempinho, fazemos qualquer coisa, damos um passeio ou vamos passar uns dias fora. Fazemos imensas coisas os dois. E as surpresas também vão alimentando a nossa relação.
– Ele também lhe faz surpresas?
– Apesar de ser tímido, faz. Ele é extremamente atencioso. Quando as pessoas nos fazem sentir como uma rainha… é por pequenas coisas, são os pequenos gestos do dia-a-dia que nos fazem sentir assim. E ele é assim.
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– Há pouco dizia que exagerava nas situações. É por ser muito emocional?
– Acho que sou um bocadinho sensível demais aos olhos de algumas pessoas. Realmente, às vezes sofro um bocadinho demais com uma situação ou outra porque sou muito sentimental. Tenho consciência disso, mas não consigo evitar, é o meu feitio. Às vezes, uma palavra ou um gesto de quem amo é logo uma desgraça. Fico logo de lágrimas nos olhos. Sou um bocadinho chorona.
– Acha que deveria ser mais racional?
– Já pensei muitas vezes:
"quem me dera ser mais racional e menos emotiva". Não só por mim, mas também pelas pessoas de quem gosto, sofro imenso pelos outros. É horrível, porque estamos em constante ansiedade.
– Já perdeu muitos amigos por levar as coisas muito a peito?
– Nunca perdi nenhum amigo. Não faço amigos com muita facilidade e as minhas amigas são as de sempre, aquelas que cresceram comigo… cada uma tem a sua vida e posso passar meses sem falar com elas, mas estão lá. Depois, há pessoas de quem gosto imenso, que vou conhecendo… Claro que há exceções, há uma pessoa ou outra que fica minha amiga, mas não sou muito aberta.
– Porquê?
– É o meu feitio. Não sou antissocial, dou-me bem com toda a gente, mas não sou do género:
"Agora estou neste projeto e faço 20 amigos para o resto da vida." Os amigos que eu tenho neste meio contam-se pelos dedos de uma mão.
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– É de perdão fácil?
– Quando o pedido de desculpas ou o arrependimento é sincero, sou. Toda a gente tem o direito de errar.
– A sua mãe morreu de cancro quando a Diana tinha 11 anos. Ainda ‘fala’ com ela? Quando tem de tomar alguma decisão importante, por exemplo…
– Isso é um bocado complicado. As pessoas têm diferentes pontos de vista em relação à morte, na teoria é uma coisa e na prática é outra. Cada um sente o que sente e depois é difícil de explicar ou fazer entender. Li uma vez num livro, quando era miúda, uma frase que me marcou que dizia qualquer coisa do género: as pessoas que morrem nunca desaparecem, mas a memória vai e vem e há momentos em que estão mais presentes que outros. E é verdade, as pessoas que amamos nunca morrem para nós, estão sempre presentes em tudo, tal como em todas as decisões importantes que temos de tomar. Eu não paro para pensar:
"será que a minha mãe iria gostar disto ou não?" Mas é uma coisa natural, que me vem automaticamente à cabeça, da mesma maneira que penso no meu pai. Para mim, a minha mãe nunca morreu, deixou de estar perto de mim fisicamente, portanto, faz sempre parte de todas as opções de tomo.
– Lembra-se dela todos os dias?
– Lembro, claro, uns dias mais, outros menos… Ainda me lembro perfeitamente do cheiro dela, e se sinto o mesmo perfume em alguém…
– Acredita que tudo acontece por uma razão?
– Nunca ninguém me deu uma razão plausível para a minha mãe ter morrido nem nunca ninguém me há de dar. Por mais que eu procure, que razão óbvia existe para tirarem a mãe a alguém tão cedo? Não existe. E quando isso acontece, nada faz sentido, é só tristeza, revolta. Mas quando estou mais calma, acredito no destino, no que tiver de ser…
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– Falou em revolta. Ficou revoltada com quem?
– Com Deus. Porque na altura eu rezava todas as noites para que a minha mãe ficasse boa. Era miúda e sempre aprendi que se rezarmos, que se tivermos fé, que Ele nos ajuda. E quando a minha mãe morreu, claro que culpei Deus. Andei anos a dizer que não acreditava em Deus e revoltavam-me as pessoas que diziam o contrário.
– E voltou a acreditar?
– Acho que temos de acreditar sempre em alguma coisa para termos esperança, motivações. Mas acreditar em alguma coisa não tem de ser um Deus, pode ser acreditar que vamos conseguir. Mas passados estes anos todos… Deus é só um e não pode tomar conta de todos ao mesmo tempo.
– Era tão nova… Poderia ter-se tornado uma adolescente rebelde ou ter seguido por maus caminhos.
– Esse é sempre o caminho mais fácil. Mas aí teve peso o acompanhamento da família, o facto de fazer desporto de alta competição, por não me terem deixado desistir, porque na altura a vontade não era nenhuma. Tenho a sorte de ter uma família espetacular. O meu pai é um exemplo, foi pai e mãe, as minhas avós, as minhas tias, os nossos amigos… Nunca nos faltou nada. Sou muito ligada à família, olho para eles e sinto um orgulho imenso.
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– Acha que a sua mãe hoje estaria orgulhosa de si?
– Espero que sim. E acho que sim. O importante é termos a consciência tranquila e eu tenho a minha super tranquila, à noite deito-me e durmo como um anjinho. Isso é das coisas mais preciosas que temos. Não me arrependo de nada, errei muitas vezes, como todas as pessoas, mas tenho orgulho da minha vida.
– Já disse várias vezes que um dia quer ter filhos. Tem medo de não ser uma boa mãe?
– Tenho a certeza absoluta de que vou ser uma boa mãe. E passar tanto tempo com o filho do César, o
Rodrigo, é mais uma certeza disso. Venho de uma família com laços familiares muito fortes. Sei como era a minha mãe, sei como é o meu pai e como é a minha irmã
Petra, que também já é mãe, e sei que vou ser como eles. É uma questão de formação, os valores da família. Posso ter muitas dúvidas em relação a outras coisas, mas em relação a ser boa mãe, não.
– O César habituou-se bem a essa forte união familiar?
– Lindamente. Ele também tem os mesmos valores que eu, somos parecidos.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.