Durante duas décadas,
Martina Hingis, 30 anos, construiu uma carreira de sucesso no ténis, vencendo cinco
Grand Slam e chegando ao número um do
ranking mundial. Envolta em polémica, devido a um controlo
antidoping positivo, a tenista abandonou os
greens, refutando sempre essa acusação. Depois do ténis, a desportista suíça, que nasceu na Eslováquia, começou a competir no hipismo e foi precisamente nesse meio que conheceu o marido, também cavaleiro,
Thibault Hutin, com quem se casou no dia 10 de dezembro último. Foi ainda em clima de lua-de-mel que a antiga tenista e o marido participaram na Atlantic Tour, um torneio de hipismo internacional que decorre na Herdade da Comporta.
– Não é a primeira vez que vem a Portugal. Gosta do nosso país?
Martina Hingis – Sim, muito. É um país maravilhoso, com pessoas simpáticas, ótima comida, bom vinho… E o clima é fantástico.
– Como é que uma antiga campeã do ténis mundial vem parar ao hipismo?
– Comecei a montar quando tinha 11 anos, fazia alguns saltos, mas só por diversão. Durante a minha carreira no ténis era difícil competir em mais alguma coisa. Quando fiz uma paragem no ténis, aos 22 anos, comecei a competir no hipismo, mas entretanto parei, porque voltei ao ténis. Depois, há cerca de um ano, regressei às competições hípicas.
– Sente que desde que abandonou o ténis tem mais tempo para a sua vida pessoal?
– O ténis era a minha vida, mas sempre tive tempo para os meus
hobbies, como os cavalos ou o esqui. Mas o ténis vinha sempre em primeiro lugar, os cavalos vinham a seguir, por prazer. No ténis, ganhei dinheiro, agora gasto-o. [risos]
– Foi difícil adaptar-se a uma nova realidade?
– Antes, acordava muito cedo, ia treinar, tinha um horário muito preenchido. Quando deixei o ténis, acordava e pensava:
"O que é que vou fazer?" Foi um pouco assustador, mas só durante os primeiros três meses. Depois, temos de arranjar qualquer coisa que nos dê prazer.
– E, pelos vistos, o hipismo trouxe-lhe muitas coisas positivas, como o seu marido…
– Conhecemo-nos há um ano, num evento deste género. É bom partilharmos esta paixão, porque para o casamento funcionar temos de estar juntos e, por isso, viajamos sempre os dois. Para mim, isto é um
hobbie, mas para o meu marido é a sua carreira e tento acompanhá-lo sempre que possível.
– Casaram-se em Dezembro, em Paris, por isso ainda estão em de lua-de-mel…
– A lua-de-mel foi mais nas Maldivas. [risos] Tem sido bom estarmos sempre juntos. Quando nos casámos, já nos conhecíamos muito bem. Tem sido muito bom, porque temos algo para partilhar. Nunca estamos sozinhos.
Thibault Hutin – A vantagem é que podemos estar sempre os dois. Recomendo vivamente o casamento, é uma oportunidade de sermos mais felizes e uma experiência muito gratificante.
– E querem ter filhos?
M.H. – Agora queremos aproveitar a nossa vida a dois, porque a partir do momento em que tivermos filhos as nossas prioridades mudam. Mas, quando chegar a altura certa, ficarei feliz por ser mãe.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.