Durante ano e meio,
Mariana Alves do Rio, de 30 anos, e
David Botelho de Barros, de 35, namoraram à distância, pois a pintora retratista estava a estudar na Florence Academy of Art, em Itália, e o sócio da Mobilera Blueharbor, uma empresa de marketing digital, estava em Portugal. Contudo, a perseverança e o amor do casal falou mais alto que as dificuldades que a distância impôs e em agosto de 2008 a artista e o empresário subiram ao altar para dizerem o ‘sim’, que, acreditam, vai durar para sempre. Dois anos depois, nasceu a primeira filha,
Luísa, que tem agora seis meses.
Foi em sua casa, em Lisboa, que a pintora e o marido falaram com a CARAS sobre as pinceladas de cor que têm dado a este retrato de família.
– A Mariana sempre gostou de desenhar e todo o seu percurso académico esteve ligado à arte, mas os quatro anos que passou em Florença devem ter sido os mais determinantes para a sua definição artística…
Mariana Alves do Rio – Sim, sem dúvida. Quando entrei, éramos dois portugueses no meio de pessoas de diversas nacionalidades. Neste curso acabamos por treinar uma espécie de matemática do desenho e da observação. Trabalhamos com um espelho e com um fio-de-prumo para fazermos medições e comparações. Foi esta a técnica que aprendi e treinei exaustivamente durante quatro anos e que aplico nos meus retratos e outras pinturas. A partir do momento em que se domina esta técnica, consegue-se desenhar tudo por observação. Depois, também foi uma experiência muito gira do ponto de vista cultural. Florença é um museu a céu aberto, parece que viajamos no tempo, e é uma cidade super-romântica. Estudar lá permitiu-me crescer bastante, porque estava longe dos meus pais e tive de me adaptar a viver com pessoas de todos os géneros e feitios…
– E o que é que a sua pintura revela de si própria?
– Sou uma pessoa romântica e os meus retratos transmitem isso. A maior parte das vezes sou eu que tiro as fotografias que vou desenhar. Depois, interpreto aquilo que vejo e acabo por pôr amor em tudo o que faço. A arte deu-me uma maneira própria de ver o mundo e é uma paixão que me preenche.
– Foi difícil deixar Florença e começar o seu percurso profissional em Portugal?
– Foi, foi muito complicado… Cheguei, tive de procurar um ateliê e voltar ao meu mundo anterior, que não é tão sensível às artes. A maior parte dos meus amigos são gestores e não têm nada a ver com pintura… Foi difícil, mas aprendi imenso com estes obstáculos. A minha publicidade é o meu trabalho, como é o caso dos retratos dos infantes
Afonso,
Maria Francisca e
Dinis de Bragança. Gostei imenso de os fazer e acho que captei a essência deles. Ficámos todos contentes com o resultado. Os retratos são o que mais gosto de fazer e coincide ser a parte mais comercial da pintura.
– Voltou para Portugal e casou-se…
– Sim. Namorámos dois anos e meio e o primeiro ano e meio não foi fácil, porque ainda estava a estudar em Florença e sentia que uma parte importante da minha vida não estava lá. Mas o David foi lá várias vezes e nas férias eu também vinha cá… A maneira de ser do David e a forma como ele encara a vida têm muito a ver comigo. Complementamo-nos.
David Botelho de Barros – Quando a Mariana voltou para Portugal, percebemos que éramos feitos um para o outro e passado pouco tempo pedi-a em casamento, porque percebi que ela era a mulher da minha vida. Somos ambos pessoas simples, simpáticas, damos valor à família e vivemos em perfeita harmonia. Sempre a admirei por este seu lado artístico e sempre a apoiei.
– Dois anos depois, tiveram a Luísa. Foi fácil adaptarem-se a um bebé?
– Recomendo a toda a gente, mas os primeiros três meses são difíceis. Uma criança exige muita atenção e os pais acabam por se dedicar em exclusivo a ela, mas é normal. Temos é de estar atentos a isso. Se existir amor entre o casal, não é uma criança que acaba com uma relação.
Mariana – Temos é de remar os dois para a mesma direção e caminhar juntos. Esta fase acalma e depois acabamos por nos encontrar de novo. Hoje em dia as pessoas têm muitas facilidades e às vezes esquecem-se de lutar pela relação.
David – Uma criança também nos fortalece enquanto casal. Consigo ser um pai melhor se tiver o amor da minha mulher. A melhor forma de sermos felizes é estarmos juntos.
– Ter mais filhos faz parte dos vossos planos?
Mariana – Eu gostava de ter três, com pouca diferença de idades. Talvez daqui a um ano…
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.