Dedicados à família, projeto que consideram o mais importante das suas vidas,
Pedro Lima, de 39 anos, e
Anna Westerlund, de 32, estiveram com os filhos de ambos,
Emma, de seis anos,
Mia, de quatro, e
Max, de um, em Sagres para um fim de semana de descontração. Só faltou
Francisco, de 12 anos, filho do anterior casamento do ator.
Pedro, que terminou agora as gravações da minissérie
O Dom, e a ceramista, que se prepara para abrir, em finais de abril, o espaço Paris Sete Food & Craft, conversaram com a CARAS sobre a forma como fazem das suas diferenças semelhanças, mas também sobre como se imaginam a passar o resto da vida juntos e, por isso, aceitam com facilidade o facto de agora viverem mais focados no bem-estar familiar em detrimento dos momentos a dois.
– Acredito que aproveitem ao máximo estes dias em família, longe do trabalho…
Pedro Lima – Sagres é sempre uma referência de férias e reforço dos laços familiares. Aqui fazemos tudo juntos, faça chuva ao sol… Normalmente, vêm sempre mais amigos e os respetivos filhos connosco, como foi o caso, e fazemos sempre imensos programas juntos.
Anna Westerlund – Aqui já temos determinados rituais, não é somente vir de férias. É um local onde nos sentimos bem, pois logo no primeiro ano em que começámos a namorar, há dez anos, foi para Sagres que viemos e desde então voltámos todos os anos.
– A vossa vida profissional é totalmente o oposto uma da outra. Anna faz os seus horários e o Pedro raramente os tem. Como conseguem conciliar a vida a dois com a familiar?
Pedro – Durante a semana organizamo-nos em função dos nossos compromissos para que consigamos dar a assistência absolutamente necessária às crianças. A organização, palavra de que gosto muito e que a Anna ainda está a interiorizar [risos], permite-nos fazer mais coisas num intervalo mais curto de tempo. Quando queremos ir os dois a algum lado, preparamos as coisas com antecedência, para que seja o mais fácil possível e que as crianças tenham um funcionamento normal daquilo que são as atividades do dia-a-dia.
Anna – A minha vida profissional permite mais facilmente esta gestão enquanto eles são mais pequenos. Mas julgo que vá mudar, pois a ideia é que o meu trabalho se torne cada vez mais intenso, mas também isso será feito em função do crescimento deles. Para mim, isso é um luxo e muito importante para eles.
– Depreendo das palavras do Pedro que a Anna seja mais desorganizada…
Anna – Pois, e assim é em quase tudo [risos]. Tenho aprendido a ser mais organizada e o Pedro mais relaxado.
– A rotina não fará parte da vossa vida…
Pedro – Em relação às crianças sim, pois acho que é muito importante para eles terem referências, mas também para nós organizarmos o nosso tempo.
Anna – Mas nós não temos um dia-a-dia repetitivo como se tivéssemos um emprego mais ‘normal’.
– A dinâmica é sempre em família ou há tempo só para os dois?
Anna – Desde que o Max nasceu, tem sido mais complicado, até porque é diferente deixar três ou duas crianças com alguém, mesmo com os avós.
Pedro – Julgo que tem também a ver com este período em que ele é mais pequeno e tem menos autonomia, tanto a nível da locomoção como da alimentação. Mas também temos momentos a dois em casa, quando apressamos o jantar dos miúdos e depois estamos calmamente.
– Mas é necessário haver alguma maturidade na relação para que se entenda que se agora têm menos tempo um para o outro, quando eles crescerem a dedicação será maior…
– É uma questão de expectativas, não se pode ter tudo ao mesmo tempo. Se a família é o nosso grande projeto de vida, o que isso implica é prioritário.
Anna – Também temos a imagem de nós mais velhos a viajar e os filhos mais crescidos. Temos vontade de estar juntos no futuro e, por isso, temos tempo de chegar a essa fase. Não há pressas e agora vivemos o momento de ter crianças pequenas.
– Em todas as ocasiões é visível a cumplicidade entre os dois, mas presumo que as vossas diferenças também se destaquem em outras coisas…
– A cumplicidade não passa exatamente por duas pessoas iguais.
Pedro – Temos valores iguais, a forma como os promovemos ou vivemos é que pode ser diferente.
– Já referiram em entrevistas anteriores que se aceitam exatamente como são. Sempre foi assim ou resultou do crescimento enquanto casal?
Pedro – Há uma maturidade individual e da relação. Com a idade que já temos, é natural que vejamos o mundo de uma forma mais calma e analítica.
Anna – Acho que tem também a ver com uma vontade grande de querer estar junto, de apostar na relação, e isso faz-nos não desistir à primeira, ser mais tolerante e ver no outro o reflexo de nós próprios para que possamos melhorar.
– Essas características que já referiram são o essencial para uma relação saudável?
Pedro – Não há fórmulas e cada casal tem de trabalhar naquelas duas individualidades.
– E o ciúme é prejudicial ou essencial?
Anna – Se for um ciúme saudável, no sentido em que não se torna obsessivo nem tema comum de discussão, acho que até é saudável.
Pedro – Concordo, mas digamos que com a idade o ciúme vai perdendo o seu peso na dinâmica da relação. Mesmo que sintamos ciúmes, muitas vezes não vamos aborrecer o outro por causa disso.
– Também já referiram que não pretendem ter mais filhos. É porque sentem que alcançaram a família que idealizaram?
Pedro – A gestão orçamental é um fator fundamental, depois, sentimo-nos bem com a família que temos.
Anna – Esta é a primeira vez que, ao ver crescer um bebé, não me sinto a pensar já noutro. Sinto-me tranquila, por isso, da minha parte não vai haver pressão para que tenhamos mais filhos [risos].
– As condicionantes financeiras são uma preocupação na vossa vida?
Pedro – Sim, mas profissionalmente a vida tem-me corrido bem. Já houve ocasiões em que tive de fazer alguns exercícios de elasticidade para que o dinheiro chegasse ao fim do mês. A minha profissão depende muito das solicitações que venham de fora e é claro que isso me faz pensar no futuro.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.