A dias de se completar um mês após o divórcio de
Luísa Beirão,
Miguel Pedrosa fala pela primeira vez e em exclusivo à CARAS sobre o fim do seu casamento de 11 anos; dos filhos,
Isabel, de três anos, e
Frederico, de oito meses; e os muitos desafios profissionais que o esperam agora que é agente FIFA.
Discreto na forma de estar e contido nas palavras, o ex-jogador do Sporting deixa evidente o entusiasmo quando se refere aos filhos. Como pudemos testemunhar neste final de tarde na Foz, no Porto, Isabel parece muito ligada ao pai, mostrando-se brincalhona e extrovertida. Frederico, por seu lado, é muito parecido com o ex-futebolista e um bebé muito simpático e tranquilo. Atento aos filhos, Miguel Pedrosa fez saber que a separação foi decidida de mútuo acordo e que desde esse momento ele e a manequim Luísa Beirão começaram a viver vidas independentes. O facto de se terem casado em regime de separação de bens terá facilitado a legalização da situação.
Indiferente a todos os rumores que viu publicados sobre o seu casamento, diz que não tem nada a esconder. Recorde-se que os boatos de separação do casal têm aproximadamente um ano, altura em que Luísa Beirão começou a aparecer em público sem aliança de casamento, então grávida do filho Frederico. Com os olhares da imprensa sobre si, o casal continuou a fazer a sua vida em separado, sem alimentar a polémica. Miguel Pedrosa manteve-se à margem e longe das objetivas, Luísa Beirão foi comparecendo a alguns eventos, muitas vezes na companhia da filha, mas nunca comentou o assunto. Só em março, quando formalizaram o divórcio, é que a manequim assumiu o fim do casamento, adiantando que ficara com a guarda dos filhos.
Aos 39 anos, o agora agente FIFA elege como prioridade na sua vida a educação dos filhos e a sua valorização profissional. Depois de ter jogado futebol durante 14 anos no Sporting, Salgueiros e Boavista, Miguel Pedrosa, que se despediu dos relvados em 2004, fez, entretanto, os cursos de Treinador e Diretor Desportivo da Quest e uma Pós-Graduação em Gestão Desportiva na Universidade Católica.
– Depois de muito se especular sobre a vossa separação, após 11 anos de vida em comum, a sua ex-mulher comunicou oficialmente que se tinham divorciado. Foi uma decisão de ambos?
– Sim, foi uma decisão dos dois. Separámo-nos há alguns meses e o divórcio oficializou-se dia 24 de março. Foi uma decisão tomada por mútuo acordo e ficou tudo regularizado, inclusivamente o que diz respeito às responsabilidades parentais. Todas as questões tiveram acordo pleno.
–
E como ficou a vossa relação? Falam-se?
– Comunicamos o necessário porque temos dois filhos e o bem-estar deles está acima de tudo.
–
A Isabel está mais parecida com a Luísa, mas o Frederico tem os seus olhos. É um pai orgulhoso?
– Tenho dois filhos maravilhosos. A Isabel está crescida e surpreende-me sempre com coisas novas. Está desenvolvida e é uma criança muito alegre. O Frederico, com os seus oito meses, é muito sorridente e simpático. Fazem-me feliz pela saúde que têm e deixam-me, naturalmente, orgulhoso.
–
Já se adaptou a estar sozinho com a Isabel e o Frederico nos dias em que eles estão consigo, como é o caso deste fim de semana em que nos encontramos?
– Em tudo na vida temos de nos adaptar e o prazer de ser pai é muito grande. Nos dias em que eles estão comigo, faço por aproveitar ao máximo o tempo para conviver e descontrair com eles. Temos muita afinidade. Quero acompanhar o crescimento dos meus filhos e contribuir para a sua formação e educação.
–
Como reage a tudo o que se escreveu sobre o seu casamento ao longo dos meses em que estiveram separados?
– Com total indiferença, uma vez que já estávamos separados. Gosto muito da verdade. Cada um fazia a sua vida, mas sempre com atenção total sobre os filhos. Não faz parte da minha personalidade, nem da minha forma de estar, expor a minha vida. Vivo de forma natural e equilibrada. Infelizmente, quando uma relação deixa de ter os valores essenciais para que se mantenha, e se quer mais algum interesse dessa relação, as coisas deixam de fazer sentido.
– O que quer dizer com
"mais algum interesse"?
– Prefiro não entrar em pormenores.
–
E o Miguel, como vê o seu futuro pessoal?
– Estou concentrado nas decisões que tenho de tomar a nível profissional e, naturalmente, tenho a minha vida a rolar. As coisas acontecem de forma natural e progressiva.
–
E profissionalmente? Depois da carreira como jogador e experiência como treinador de futebol e mais recentemente de comentador desportivo, tornou-se agente FIFA. Que desafios tem pela frente?
– Estou preparado para colocar em prática o que tenho vindo a aprender. Nos últimos anos apostei na minha valorização e depois dos cursos de Treinador e Diretor Desportivo, este na Quest, e a pós-graduação em Gestão Desportiva na Católica, fiz o exame agente FIFA que me permite gerir a carreira de desportistas. No futuro, além disto poderei fazer a ligação a outras áreas porque é possível e é algo que me interessa. Estou numa fase de decisões. Nas minhas viagens profissionais ao estrangeiro tenho feito muitos contactos que, a juntar aos que já tenho cá, serão uma mais-valia, quer na área desportiva quer noutras.
–
O desporto continua a ter um papel relevante na sua vida, 21 anos depois de se ter tornado jogador profissional…
– Tornei-me profissional praticamente aos 18 anos, mas nunca foi uma obsessão na minha vida. Surgiu de forma natural e era assim que o via, como uma oportunidade. Tinha acabado de entrar na faculdade, mas a minha evolução no futebol levou-me a ter mais exigências profissionais. E porque foi assim na altura, talvez seja por isso que tenho apostado, nos últimos anos, na continuidade da minha valorização pessoal.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.