"Há alturas em que há coisas muito mais importantes do que as nossas diferenças." Foi assim que
Leonor Beleza terminou a apresentação do livro
As Primeiras-Damas – de Maria Helena Spínola a Maria Cavaco Silva, as Mulheres dos Presidentes da República em Democracia.

A ex-ministra e atual presidente da Fundação Champalimaud referia-se ao facto de, apesar das rivalidades políticas e diferentes posturas dos maridos no exercício dos seus mandatos enquanto Presidentes da República,
Manuela Eanes,
Maria Barroso,
Maria José Ritta e
Maria Cavaco Silva terem aceitado o convite para se sentarem lado a lado e partilharem "
histórias de vida, lembranças e experiências", neste livro que
"retrata quatro pessoas muito importantes e 35 anos da história recente do nosso país".

Foi, de facto, um momento histórico ver as quatro últimas primeiras-damas chegarem juntas aos Viveiros do Jardim da Cascata do Palácio de Belém – inaugurados recentemente, após intensas obras de recuperação -, onde assistiram à apresentação deste livro, da autoria de
Alberta Marques Fernandes.

Maria Cavaco Silva, enquanto primeira-dama em exercício, foi convidada a tomar a palavra e, depois de dar as boas-vindas e agradecer a presença de todos os convidados, afirmou: "
Este livro sobre mulheres só poderia ser escrito por uma mulher, pois é fruto de longas conversas. E as mulheres, quando começam a conversar, é como um desenrolar de cachinhos de cerejas: vêm umas coisas atrás das outras. Falam de filhos, de netos, de maridos, de vestidos…"

A esse propósito, Maria Cavaco Silva lembrou aquela que considera ter sido uma das suas grandes conquistas: "
No princípio achava engraçado, porque falavam do relógio que usava, do facto de ter sapatos iguais – quando os sapatos são confortáveis, compro vários de cores diferentes – mas, a partir de certa altura, comecei a notar que já conseguiam perceber que não era à cor dos sapatos que eu dava importância, mas sim ao sítio e às pessoas com quem estava naquele momento, que estava extremamente grata ao povo português porque me tinha convidado para partilhar as suas alegrias e tristezas, as suas vitórias e as suas conquistas, e o vestido podia ser amarelo ou encarnado, não era isso que interessava. O que estava ali era uma pessoa envolvida, ativa, uma mulher que queria, enquanto pudesse, dar voz a quem não tem voz."

Também Manuela Eanes partilhou conversas e algumas confidências com Alberta Marques Fernandes, por quem se deixou cativar por ser uma pessoa
"muito inteligente, uma grande profissional e muito afetiva". À CARAS
, a mulher de
Ramalho Eanes revelou ter-se encontrado algumas vezes com a jornalista e concluiu:
"Acho que uma das coisas mais bonitas da vida é conhecer as pessoas por dentro. O livro resultou disso."

No final desta apresentação, na qual estiveram presentes
Cavaco Silva e
Jorge Sampaio, entre dezenas de outros convidados, a jornalista sorriu de felicidade. Foi um dia memorável que Alberta pôde partilhar com a família e durante o qual apresentou publicamente o namorado,
Paulo Franco.
"Tenho um imenso orgulho em ter a minha família e as pessoas que amo aqui. São estas pessoas que dão sentido à minha vida", concluiu.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.