Aos 35 anos,
Rita Seguro é um nome conhecido da televisão portuguesa enquanto apresentadora, e pretende passar a sê-lo cada vez mais também como atriz. Por isso, é de corpo e alma que se tem entregue à personagem Gina, que interpreta na novela da TVI
Anjo Meu, uma personagem
"muito gira e completamente diferente da minha imagem como apresentadora", descreve.
A viver uma fase de estabilidade a nível pessoal junto do piloto da TAP
Luís Baeta, com quem se casou em fevereiro do ano passado, dos gémeos
Martim e
Afonso, de oito anos, fruto da sua relação com
João Covacich, e de
Marta, de dez anos, e
Duarte, de sete, fruto do anterior casamento de Luís, a apresentadora e atriz conversou com a CARAS numa tarde cheia de sol.
– Está mais dedicada à representação hoje em dia?
Rita Seguro – Estou, também porque o programa
Deluxe acabou e não surgiu entretanto nenhum projeto do qual pudesse fazer parte. Além disso, acho que nesta altura é bom fazer somente uma das coisas. As pessoas associam-me muito à apresentação, como é lógico, pois foram quase 20 anos a apresentar programas, e fazer só a novela pode ajudar a que deem mais credibilidade a esta minha faceta.
– O trabalho enquanto atriz não lhe rouba mais tempo?
– O programa exigia pouco de mim, e se por um lado não era tão desafiante, por outro deixava-me espaço para outras coisas. Agora, como atriz, depende das semanas. Como a minha personagem não tem um protagonismo assim tão grande, tenho muito tempo livre na mesma, mas claro que a carga horária é maior do que a que tinha anteriormente.
– Aos 35 anos sente-se uma mulher mais segura?
– Não tenho segurança nenhuma, pois tenho uma profissão que não mo permite. Para mim, sentir-me uma pessoa segura obrigaria a que reunisse uma série de condições. Claro que em termos pessoais me sinto mais segura, pois tenho uma relação diferente do que tive até aqui… Casei-me no ano passado, tenho uma relação sólida com o Luís, sou mais paciente, ponderada e mais calma do que há uns anos. Neste momento, a segurança a nível profissional faz-me alguma falta e não é fácil, mas vamos ver o que o futuro me reserva.

– Essa é uma preocupação constante?
– Agora tem sido mais. Nunca me preocupei muito até aqui, pois sempre tive a sorte de ter trabalho, mas obviamente que com este cenário económico fico mais preocupada. Esta é realmente uma profissão muito instável. Obviamente que aos 16 anos, quando comecei o
Portugal Radical, não pensei que assim seria, foi acontecendo. Mas também já aprendi a tentar não antecipar as coisas e a viver o dia-a-dia. Claro que para uma pessoa como o Luís, que tem uma profissão completamente diferente, faz-lhe um pouco de confusão a aparente ligeireza com que lido com isto.
– O casamento mudou alguma coisa na vossa relação?
– Não, um papel não muda nada. Sinto que foi o confirmar de algo perante os outros que já sabíamos ser bom para nós. Foi um
passo que nos apeteceu dar, mas não sinto uma responsabilidade acrescida, embora ache piada dizer que sou casada.
– Existe uma Rita antes e depois do Luís?
– Um bocadinho. O Luís ensinou-me a ser mais tranquila e a ter menos ‘pêlo na venta’, não sei como dizer isto de outra maneira [risos]. Às vezes tenta indicar-me alguns caminhos, até a nível profissional. Costuma dizer que tenho de ser mais calma e menos espontânea para que possa colher mais frutos. Por vezes temos de ter calma e não dizer o que nos apetece.

– Essa personalidade impulsiva já lhe trouxe dissabores?
– Julgo que sim, pois por vezes sou mal interpretada. Sou tímida e um pouco fechada e há quem interprete isso mal. Acho que tenho problemas em autopromover-me. Vivo muito dos amigos, da família e das coisas que me dão prazer e no meio em que trabalho às vezes é necessário fazer autopromoção, mas não tenho muito jeito para isso e se poderei ter perdido algumas coisas pelo caminho.
– Poderá dizer-se que o Luís a tornou uma pessoa melhor?
– [risos] Acho que sim. Em certas coisas, o Luís puxou-me para a realidade.
– E aos 35 anos já pensa no avançar da idade?
– As rugas não me incomodam. Sempre me preocupou a forma física, pois é algo que me acompanha o dia inteiro, mas noto que, depois dos 30, qualquer erro que cometa demora muito mais tempo a recuperar.
– Como se conciliam as rotinas de quatro crianças e dois adultos com profissões tão diferentes?
– Nem sempre é fácil. Quando o Luís está de folga ou de férias e a Marta e o Duarte vêm para nossa casa, como há uma boa relação com a mãe deles, é fácil organizar tudo. O Luís, embora se ausente muito, tem a vantagem de saber os seus horários para o mês. Eu, por outro lado, só à quinta-feira, quando recebo os horários das gravações, é que sei como será a semana seguinte. Isso é o mais difícil de gerir, pois não há rotina… Mas é tudo uma questão de organização e boa vontade.
– Dá-se bem com os filhos do Luís?
– Dou-me muito bem, temos uma relação próxima e boa. Somos uma família e quando os filhos do Luís lá estão em casa, é como se fossem os meus, pois levam a mesma educação, elogios e reprimendas. Damo-nos todos muito bem e mesmo os meus filhos com o Luís, é tudo harmonioso.
– E as crianças entre elas, também se dão bem?
– Sim, claro que três rapazes da mesma idade faz com que por vezes discutam entre eles, mas é normal. A Marta, que é um pouco mais velha e madura, cansa-se um pouco daquelas três criaturas. [risos]

– Apesar de já terem uma família grande, gostariam de ter um filho em comum?
– Pensamos nisso muitas vezes, mas com a nossa profissão, é muito difícil. Além disso, já começamos a ficar egoístas em certas coisas e gostamos de ter momentos em que conseguimos estar só os dois. Além disso, preciso de me afirmar profissionalmente. Mas ainda tenho mais uns anos para pensar nisso…
– Não sente, então, pressão nesse aspeto…
– Bom, o Luís diz que não quer ser um pai-avô, mas neste momento há coisas prioritárias. Depois, a crise existe, quatro crianças dão muita despesa, e mais uma… Temos de pensar em tudo isso, exatamente porque eu também não tenho um trabalho estável.
– É uma mulher romântica, atenta às necessidades do outro?
– Julgo que sim. Tento mimar o Luís, dar-lhe atenção e fazer surpresas. O Luís tem muito mais cuidado e jeito para isso, mas tento estar atenta às necessidades do outro e não sou uma pessoa egoísta na relação. Sou super-romântica e adoro que me preparem surpresas. [risos]
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.