Cadu Pilotto / CARAS Brasil
As palavras firmes e a voz determinada de Susana Vieira, de 68 anos, ganham um tom carinhoso quando fala do ator Sandro Pedroso, 27, com quem mantém uma relação há dois anos. Ele retribui com uma boa dose de elogios. Juntos fazem por contrariar quem condena o romance, e desvalorizam completamente a diferença de idades. Em 2010, os dois levaram para o campo profissional a parceria que têm dentro de casa, contracenando em Laços de Sangue, a primeira novela em que Sandro participou. Este ano o ator recebeu um convite de Aguinaldo Silva para a próxima novela das 9, Fina Estampa, prevista para estrear em agosto no Brasil. Susana, que acabou de gravar a minissérie Lara com Z, não estará na novela, mas fica feliz com o sucesso do namorado: "O Sandro pôs este trabalho como meta e lutou para isso. Nunca o ajudei. Tudo que conquistou é mérito dele."
– Como foi atuar na novela portuguesa com Sandro?
Susana Vieira – Nem ‘passávamos’ o texto juntos. Ele disse para eu não me preocupar e estava certo. Se ficasse focada no Sandro, iria atrapalhar-me e não quero que nada prejudique o meu trabalho. E ele ficou muito à vontade na cena em que tinha que me atirar para cima da cama e ordenar que me calasse. No fim, com ele já fora, eu tinha que dizer: "Estúpido, grosseirão…" Mas lembrei-me da atuação dele, bem irritado na gravação, e resolvi fazer o oposto. Disse: "Gostosinho…" Os portugueses amaram. [risos] Foi uma homenagem a ele.
Sandro – Ela tem 50 anos de carreira, é uma diva. Sempre me apoiou, só que em cena tem que fazer o trabalho dela, é a Susana Vieira. Mas desde que a conheço sempre percebi muito bem a Sónia [nome de batismo da atriz].
– O que quer isso dizer?
Susana – Talvez o que mais me encanta no Sandro seja isso, ele conseguir perceber o meu lado ‘Soninha’. O meu pai era a única pessoa que me tratava assim. Isso significa que o Sandro vê a minha essência, com inseguranças, fragilidades, tudo o que tenho.
– E há ciúmes entre vocês?
Sandro – Acredito que tenho muito mais ciúmes dela do que o contrário. Ela é uma mulher sensacional, incrível.
Susana – Somos todos ciumentos. É um ótimo sentimento, porque, quando acaba, termina também o amor. Estão os dois ligados. O ciúme é preocupação, é não querer perder. O Sandro diz muitas vezes que quando estamos mais felizes é quando ficamos quietinhos, só nós dois juntos, porque não há assédio, não há nada interferindo na relação.
– Quando se trata de cuidar da forma física, também o fazem a dois?
Sandro – Há dois anos comecei a fazer ballet clássico. Parei e agora estou mais dedicado ao jazz e à dança contemporânea. Estou doido para começar a fazer ioga. Mas
não trabalho muito o corpo nem sou louco pelo ginásio. Quando vou, apenas corro na passadeira.
Susana – O meu pai pôs-me a praticar todos os desportos que se possa imaginar, desde basquetebol a arremesso de disco, salto em comprimento… Por isso, tenho músculo, perna dura, não é do ginásio, que acho aborrecido. Não luto comigo e com a passadeira, por exemplo. Se tenho que fazer uma hora e me sinto cansada em 30 minutos, saio. Quando estou bem, fico uma hora e meia. Como me cuido, na verdade, é a comer.
– E o que mais gosta de comer?
– Como feijão, arroz, carne, tudo. Sei que fritos fazem mal, mas essa história de nos alimentarmos de bife grelhado, alface e arroz integral não é para mim. É um absurdo. A vida não pode ter graça assim.
– O Sandro acompanha-a?
– Ele é muito light, come pouquíssimo. E fica encantado de me ver diante de um prato. Eu corto, separo, deixo o mais saboroso para o fim, valorizo cada pedacinho. Ele diz: "Queria ter este prazer." O Sandro tem aquela coisa de não querer engordar. Estou com 68 anos e só há cerca de dez me importo mais com a alimentação. Não sou linda nem espetacular de corpo, sou uma atriz. Por isso acho que a vida foi boa comigo, não me deixando envelhecer tão rapidamente quanto outros desejariam. [risos]
– Como é seu dia-a-dia?
– Sou mais simples do que imaginam. Uma dona de casa muito exigente. Vivo o presente com intensidade, com felicidade. A minha única preocupação é ficar doente. Em 40 anos de TV Globo, nunca faltei nem cheguei atrasada. Adoro os estúdios. Sou viciada no meu trabalho.