Duarte Lima não foi o único beneficiário das transferências de Rosalina Ribeiro após a morte de Lúcio Tomé Feteira. De acordo com o jornal i, sabe-se agora que outra pessoa beneficiou das transferências milionárias realizadas pela ex-secretária do empresário, que, no total, transferiu nove milhões de euros das contas do Tomé Feteira na Suíça. Desse montante, Duarte Lima terá recebido mais de cinco milhões. O restante dinheiro terá sido dividido em duas transferências: a primeira a 11 de março de 2001 e a outra a 24 de abril, no valor de 1,1 milhões de euros.
A denúncia das movimentações nas contas foi feita pela filha de Feteira, Olímpia Feteira de Menezes, pois a distribuição da herança do empresário não estava resolvida. Olímpia remeteu-se a dizer que o segundo beneficiário tinha sido descoberto, recusando-se a revelar a sua identidade. “São assuntos relacionados com o Brasil e que a investigação das autoridades se encarregará de apurar”, afirmou. No entanto, o advogado português é o único arguido no processo cuja queixa foi feita por Olímpia.
De acordo com a acusação brasileira, os desvios de dinheiro terão estado na origem da morte de Rosalina, uma vez que Domingos Duarte Lima ter-lhe-á pedido que assinasse uma “declaração isentando-o de qualquer responsabilidade em relação aos valores transferidos para a sua conta bancária”.
O ex-deputado foi formalmente acusado do assassinato de Rosalina Ribeiro – em dezembro de 2009, no Rio de Janeiro, Brasil – na passada quinta-feira, dia 27. A acusação do Ministério Público brasileiro sustenta que Duarte Lima “de forma livre e consciente, com vontade de matar, desferiu disparos de arma de fogo”, contra Rosalina Ribeiro, causando-lhe a morte.
Recorde-se que, durante esta semana, um juiz da cidade de Saquarema, local onde se deu o crime, decidirá se Duarte Lima ficará em prisão preventiva, uma vez que as autoridades brasileiras apontam que este “nunca colaborou com as investigações penais e apresentou subterfúgios para se furtar à aplicação da lei penal”. O advogado poderá passar por um mandado de detenção internacional acionado pela Interpol, pois não se encontra no Brasil. No entanto, se for julgado à revelia no Brasil, não será preso em Portugal.
A Interpol já tem na sua posse o mandado internacional de captura emitido pelas autoridades brasileiras. O pedido está classificado como Alerta Vermelho, mas ainda não terá sido formalmente comunicado à Justiça portuguesa.