Durante os 15 meses em que o seu pai, Carlos Cruz, esteve preso devido ao processo Casa Pia, Marta Cruz pensou em escrever um livro, mas achava que a sua vida poucas páginas daria. Oito anos depois, a jovem, que é licenciada em Jornalismo, acredita que a sua vida até já “daria um filme”. Por isso, mas também com a intenção de exorcizar a sua dor, resolveu eternizar em papel o drama que viveu na altura, e que a levou a cometer excessos, a refugiar-se na bebida e até a ser presa por conduzir sob o efeito de álcool.
Por todas estas razões, a apresentação do livro As Outras Vítimas, na Fnac do Centro Comercial Colombo, foi marcada por emoções e muitas lágrimas. “Foi difícil regressar ao passado, mas não há dia em que isso não aconteça e em que, por alguma razão, eu não reviva algumas emoções. Quando acabei de ler e editar os depoimentos que fazem parte deste livro, não consegui relê-los. O meu pai só teve conhecimento de algumas das coisas pelas quais passei depois de ler o livro”, explicou a autora.
Marta Cruz partilha sentimentos e fragilidades com o pai a seu lado
No dia em que apresentou o livro ‘As Outras Vítimas’, Marta Cruz contou com o apoio e carinho do pai, Carlos Cruz, que escreveu o prefácio do mesmo.