Nasceu na Guarda, cresceu no Fundão, e há cinco anos mudou-se para Lisboa. Pedro Carvalho, agora com 26 anos, estreou-se na novela Morangos com Açúcar e atualmente faz parte do elenco da novela da TVI, Remédio Santo. Habituado a dedicar-se em pleno ao trabalho, que inclui a profissão de ator e o mestrado em arquitetura, a sua outra paixão, Pedro ainda não sente necessidade de fazer planos a nível amoroso.
Foi sobre as mudanças que a sua vida tomou desde que saiu de casa dos seus pais e sobre a forma como vive apaixonado pelo seu trabalho, que a CARAS conversou com o ator.
– Sempre quis ser ator?
Pedro Carvalho – Sim… Sempre estive muito ligado ao mundo das artes. Sempre desenhei e a minha primeira ‘folha de papel’ foram as paredes da sala de casa dos meus pais, que risquei dezenas de vezes e foram pintadas outras tantas. Os meus pais e a minha família contam que desde muito pequeno eu passava a vida a riscar ou a imitar o que via nos filmes.
– E os seus pais sempre apoiaram o seu desejo?
– No início foi complicado, porque achavam – e acham – que é uma profissão instável. Aos poucos, ao verem-me singrar e a lutar pelos meus objetivos, acho que se foram adaptando e agora estão conformados.
– A primeira experiência em televisão foi nos Morangos com Açúcar…
– Sim, na altura já estava em Lisboa, frequentava a Faculdade de Arquitetura no horário diurno e a escola de atores ACT no noturno. Depois fui fazendo publicidade, curtas-metragens e algum teatro…
– E desde então não parou…
– É verdade, sou um sortudo. Tenho lutado muito pelos meus objetivos, sou muito persistente e gosto de fazer sempre o melhor que posso. Cresci com esses valores em casa e não sei fazer as coisas de forma diferente que não seja levar-me ao limite. Tenho trabalhado bastante, esta é a sexta novela que faço, passei pelo Teatro Nacional D. Maria II, tenho feito dobragens… Felizmente, tem corrido muito bem.
– Já se considera um ator ou acredita que tem ainda um longo caminho a percorrer?
– Não, ainda tenho um longo caminho a percorrer. Tenho trabalhado com grandes atores, como a Eunice Muñoz, o João Perry, o Nicolau Breyner, e quando isso acontece percebo que ainda tenho muito para aprender, mas ainda bem. Acho que um ator está em constante crescimento e aprendizagem e eu quero isso. Sempre que tenho uma pausa entre trabalhos, aproveito para fazer formação.
– A arquitetura é outra paixão, ou uma segurança caso a representação falhe?
– Racionalmente, deveria ser um ponto de segurança, mas, sinceramente, é outra paixão. Neste momento estou a acabar um mestrado em arquitetura, com muito custo, pois tenho um horário muito limitado em termos de gravações. As minhas viagens são sempre para ver exposições, gosto muito de me encher de cultura. Acredito que quanto mais rico e culto é um ator tanto melhor é a interpretar as suas personagens, pois ganha capacidades e vivência interior. Depois, eu também preciso, enquanto pessoa, de ter outros focos de interesse, que ao fim e ao cabo se complementam todos. Preciso de estar em constante aprendizagem, em termos de arquitetura e de representação. Sou um workaholic profundo.
– Sendo workaholic, sobra tempo para a vida amorosa?
– Neste momento, não. Tenho tempo para a minha vida pessoal, não tanto como gostaria, mas tenho. Não sou apressado, tudo tem um tempo certo, mas esse lado está um pouco esquecido.
– Tem um irmão gémeo, Filipe. Deve ser engraçado…
– Temos uma relação muito especial e connosco acontece aquilo que se diz dos gémeos: sentimos as coisas um do outro. Temos imensa cumplicidade e até acabamos as frases um do outro. Somos pessoas extremamente diferentes, mas temos coisas muito semelhantes, típicas dos gémeos. Eu sou mais emotivo, o meu irmão, racional, e completamo-nos nisso.
– Sendo tão ligado à família, como é viver sozinho?
– No início custou-me, mas neste momento prezo muito a minha intimidade. Gosto de chegar a casa e ter as coisas como quero. Dou muito valor ao lar, é o meu porto de abrigo.
– Parece saber bem o que pretende para o seu futuro…
– Sim. Acredito que há muita coisa positiva que ainda me pode acontecer e se houver algumas menos boas, far-me-ão crescer. Claro que gosto de ser surpreendido pela vida, mas tenho metas que quero atingir.
– E são todas profissionais?
– Sim, a nível pessoal sou muito exigente e dou muito valor à expressão ‘amor e uma cabana’. Quando eu e o meu irmão éramos pequenos e nos perguntavam o que queríamos ser, eu dizia que queria ser feliz e ele que queria ter dinheiro [risos]. O meu pai dizia que o sonho do meu irmão era mais seguro [risos]. O meu principal objetivo é continuar a ser feliz e estar rodeado de pessoas de quem gosto e que gostam de mim.
Pedro Carvalho: “Um ator está em constante crescimento e aprendizagem”
A interpretar uma personagem na novela ‘Remédio Santo’, o ator investe simultaneamente num mestrado em arquitetura, a sua outra paixão.
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