Com várias distinções pelo seu desempenho no filme O Discurso do Rei – incluindo o Golden Globe de Melhor Ator Dramático –, Colin Firth chegou aos Óscares do ano passado como um dos favoritos e ganhou o tão prestigiado galardão de melhor ator. O filme, realizado por Tom Hooper, foi distinguido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas com quatro Óscares, incluindo o de Melhor Filme, e será o primeiro de quatro DVD galardoados com este prémio que poderá ser adquirido semanalmente com a CARAS.
Este ano, Colin Firth volta a fazer o circuito dos prémios de cinema, desta vez não como ator nomeado, mas por ter participado no filme A Toupeira, candidato a três Óscares. Aos 51 anos, o ator mantém o carisma que fez suspirar as fãs do Mr. Darcy de Orgulho e Preconceito, e continua a seduzir com o seu charme. Poderá considerar-se que Colin Firth é sempre escolhido para desempenhar papéis de homens românticos, mas nos últimos dois anos provou que pode ser diversificado, poderoso e dominador. O Discurso do Rei e A Toupeira são disso exemplos. Olhando para a sua carreira, percebemos que os seus papéis têm tendência a centralizar-se em Inglaterra, que Firth assegura eleger em detrimento de Hollywood. “Hollywood não me perseguiu de forma insistente, nem eu persegui Hollywood insistentemente. Gosto de viver em Londres. Não tenho intenção nenhuma de cortar este laço, e certamente que não o farei só para ter uma piscina e uma palmeira”, afirma, acrescentando: “Acho que Londres é uma cidade muito internacional, em que o humor paira no ar e as pessoas são interessantes. Creio que é um lugar que está constantemente a surpreender.”
Casado desde 1997 com Livia Giuggioli, uma realizadora de documentários italiana que conheceu na Colômbia em 1995, Colin tem três filhos: Luca, de dez anos, Matteo, de oito, e William, de 21, este último fruto do seu anterior relacionamento, com Meg Tilly. “Todo o meu tempo livre é para ser passado em família, com as crianças. Gosto de ir a Itália sempre que posso… e sinto cada vez mais necessidade de fugir da cidade e refugiar-me no campo”, revela o ator, que divide o seu tempo entre Londres e Umbria, na Itália.
Filho de dois professores universitários que deram aulas em diversos países, Firth passou a infância e juventude em constantes mudanças, de casa, de amigos, de escola… e acabou por viver temporariamente na Nigéria, de onde guarda as melhores recordações. “As minhas memórias dessa altura são muito africanas. Hoje, quando conheço um nigeriano, quando ouço a língua ou a música, sinto realmente uma natural empatia”, revela Firth, assegurando que ser ator nunca foi um dos seus sonhos: “Nunca fui um menino bem comportado, e acredito que ninguém se torna ator depois de passar uma juventude tranquila. Creio que acabei por sê-lo porque todas as outras portas se foram fechando!”
Uma das exigências da profissão é a boa forma física, o que sentiu especialmente quando fez Um Homem Singular: “Tive de recorrer a um personal trainer porque o Tom Ford [o realizador] decidiu que eu ia gravar a maior parte das cenas sem roupa. Eu tinha quase 50 anos e tive de ir à guerra durante um mês para lutar contra a gravidade!”, admite, revelando que prefere fazer exercício físico ao ar livre em vez de frequentar um ginásio: “Gosto de andar de bicicleta, de sair à rua e fazer exercício. Detesto enfiar-me num ginásio e passar o tempo numa passadeira ou a fazer musculação.”
Apesar de todo o reconhecimento e sucesso que tem alcançado, Colin Firth tem mantido a humildade, o que assegura ser fácil: “Deviam conhecer as pessoas que me rodeiam, como a minha mulher. Aí perceberiam que, se sou humilde, é porque não consigo ter outra atitude com ela por perto.”
Com uma carreira sólida e consistente, Colin Firth vive o ponto alto da sua carreira, já com 25 anos. Modesto, assegura: “Não tive de lutar muito por isso. Ainda não paguei as minhas dívidas. Creio que tenho tido muita sorte. Não quero que isto soe a presunção, mas estou realmente satisfeito com a forma como tem corrido.”
Colin Firth recusa trocar Londres por Hollywood
"Gosto de viver em Londres: o humor paira no ar e as pessoas são interessantes”