Na sua casa, em Fortaleza, onde aguarda com ansiedade o nascimento da segunda filha, Marta Cruz, de 27 anos, fala pela primeira vez sobre esta gravidez não planeada e conta a verdade sobre a sua relação com o jogador da seleção portuguesa de futebol de praia, Madjer, de 35 anos. Uma relação que foi tornada pública no final de 2011, mas sofreu uma rutura inesperada logo depois de a ex-modelo e o jogador descobrirem que iam ser pais. Apesar de ambos já terem filhos de anteriores relações – Marta é mãe de Yasmin, de seis anos, Madjer é pai de Bernardo, de oito – a perspetiva de nova paternidade assustou-os. Passada a fase de adaptação à ideia, Marta e Madjer reconciliaram-se e, apesar dos longos períodos de distância a que a carreira do jogador os obriga, vivem agora uma relação feliz, centrada no nascimento da filha.
– Muito se tem especulado sobre esta gravidez. Foi planeada?
Marta Cruz – Muito se especula e pouco se acerta, ou melhor, muito se fala e pouco se diz e por isso mesmo aceito o convite da CARAS para falar pela primeira vez sobre a minha gravidez. Esta gravidez não foi planeada, porém, foi um motivo de grande felicidade para toda a família e amigos.
– Quando descobriu que estava grávida o que é que sentiu?
– Um misto de emoções: felicidade extrema, receio, ansiedade, nervosismo, dúvidas… Como já estive grávida uma vez, pensei que já sabia como era, mas agora posso dizer que parece sempre a primeira vez. Mas claro que, independentemente de todos os outros sentimentos, a felicidade de ser abençoada com mais uma criança foi o sentimento predominante.
– Quem foi a primeira pessoa com quem partilhou a notícia?
– Com o Madjer. Estávamos juntos em Fortaleza quando começámos a desconfiar que poderíamos estar à espera de um bebé. Fiz o teste e soubemos o resultado juntos. Depois, contei à minha melhor amiga, Dilma, e à minha mãe. A minha filha soube pouco tempo depois.
– Como reagiu o Madjer?
– O Madjer já falou publicamente sobre isso, mas reagiu muito bem, ficou feliz.
– E os pais da Marta?
– Os meus pais também ficaram muito felizes.
– E a sua filha?
– A reação da Yasmin foi a maior surpresa de todas. Não estava minimamente à espera de uma atitude tão positiva dela, porque a maioria das crianças assusta-se ou tem ciúmes, mas ela não. Mal soube que íamos ter um bebé, começou logo a cuidar mais de mim. Despertou nela um sentimento de proteção. Põe-me quase todas as noites no quarto um copo de água para beber, dá-me fruta e quase que me obriga a fazer exercício todos os dias. Ela diz que eu tenho que fazer isto tudo para a irmã dela nascer com saúde e eu também ficar uma grávida bonita (risos)!
– Pouco depois de saberem que iam ser pais, a Marta e o Madjer terminaram o relacionamento…
– Foram apenas arrufos que já estão resolvidos.
– Nessa fase sentiu medo de ter que criar o bebé sozinha?
– Não tenho nem teria medo de criar as minhas filhas sozinha, sou capaz de lutar pela vida. A vida já me pregou tantas partidas e consegui ultrapassá-las todas até hoje… E pensar que estarei junto das minhas duas princesas torna tudo mais fácil, com toda a certeza terei o triplo da coragem para encarar o que vier.
– Sei que a reconciliação aconteceu pouco depois de ter sido tornada pública a gravidez. Como descreve o vosso relacionamento?
– A nossa relação é de pais, amigos e de duas pessoas que gostam uma da outra.
– Que planos têm em comum? O casamento poderá vir a fazer parte desses planos?
– Fazemos planos de sermos felizes, muito felizes. Neste momento a prioridade é a bebé, o resto o tempo o dirá.
– O Madjer tem acompanhado a Marta durante a gravidez? Têm estado juntos?
– Sim, tem acompanhado a gravidez diariamente. A profissão do Madjer obriga-o a viagens constantes, mas a Internet ajuda muito a mantermo-nos próximos. Estamos juntos sempre que é possível, mas o que realmente importa é que, mesmo quando estamos longe, temos conseguido muito bem fazer com que ambos nos sintamos parte desta gravidez. Temos partilhado todas as emoções e alegrias.
– O parto está previsto para quando? E será no Brasil?
– A bebé nasce em setembro e o parto será no Brasil.
– O Madjer vai assistir?
– O Madjer vai assistir ao parto. Estamos a fazer planos para isso. A não ser que de repente ela queira nascer e fazer uma surpresa e não dê tempo de ele chegar a Fortaleza, mas em princípio tudo irá correr como está a ser planeado: com o Madjer perto de nós na hora do nascimento.
– A Marta tem intenção de voltar a morar em Portugal?
– Desde há uns dois anos passei a ter esse desejo, mas a vida tem-me feito adiar este passo. Vamos ver agora se dá certo e se é isso mesmo que será o melhor para mim e para as minhas princesas.
– Em algum momento se sentiu assustada com a perspetiva de voltar a ser mãe de novo?
– Sim. Senti-me assustada logo no início e algumas outras vezes durante estes seis meses. É uma grande responsabilidade ser mãe, cuidar de uma pessoa, responsabilizarmo-nos pela sua vida física e emocional, além de que o mundo não é um lugar fácil. Mas apesar de ter plena consciência de que não tenho sido uma grávida nada fácil de lidar [risos], tudo passa quando penso no seu sorriso e quando a tiver nos meus braços.
– Como é que se sentiu quando soube que era outra menina?
– Muito, muito, muito feliz. Sempre quis ter mais uma filha. Não quer dizer que um menino não fosse bem-vindo, claro que seria. Mas sempre me vi mãe de meninas. Até porque o meu relacionamento com a Yasmin é maravilhoso, somos as melhores amigas, além de mãe e filha, e sinto que também será assim com a bebé que vai nascer. Adoro tudo o que envolve a educação de meninas, é um mundo mágico. Só não gosto muito da cor rosa! [risos]
– Já escolheram o nome?
– Vai chamar-se Kyara. Mas fui eu e a Yasmin que escolhemos. O Madjer, no momento da escolha do nome, foi apenas informado pelas meninas [risos].
– Houve alguma razão especial para a escolha do nome?
– Quando estava grávida da Yasmin tinha em mente outros nomes e um deles era Kyara. Quando soube que estava grávida fiquei dividida entre dois nomes: Kyara e Valentina. Mas depois a Yasmin pediu que fosse Kyara e assim será.
– Os seus pais estão felizes por serem avós de novo?
– Muito felizes. O meu pai tenta acompanhar ao máximo a gravidez por fotografias que vou mandando e por Skype. A minha mãe é a pessoa que está comigo diariamente e que já se sente avó da Kyara mesmo antes de ela nascer.
– Como é a sua vida no Brasil? Sente que aqui pode dar um futuro melhor às suas filhas?
– A minha vida no Brasil é bem tranquila e com a qualidade que preciso, principalmente neste momento. Não existe o ser melhor aqui ou melhor aí. O melhor é estarmos juntas e felizes e saber aproveitar os momentos e as oportunidades que vão aparecendo, independentemente do lugar geográfico. A família é tudo para mim e desde que a minha esteja junta é onde vou estar, com toda a certeza, a criar as minhas filhas.
– Sente que a sua saída de Portugal – na sequência do processo judicial que envolveu o seu pai – hipotecou o seu futuro? Nunca tem a tentação de imaginar como seria a sua vida se o processo não tivesse acontecido…
– Sei que poderia ser diferente, claro, mas nunca poderei saber se seria melhor ou pior. Imagino algumas vezes como seria o hoje se tudo isto não tivesse acontecido, mas, sinceramente, não consigo chegar a uma conclusão. Óbvio que sei que financeiramente seria tudo diferente, que não estaríamos desgastados psicologicamente, que não teríamos sofrido nem um por cento daquilo que sofremos. Mas não sei responder, em termos de vida, de carreira e de planos, como seria a realidade.
– Tudo o que viveu trouxe-lhe uma maturidade inesperada ou ainda se sente uma menina?
– Fui obrigada a crescer, sim. Desde há dez anos que muita coisa mudou. E mudou radicalmente. Aprendi muito, mudei muito, valorizei e desvalorizei uma série de coisas que hoje fazem ou não parte das minhas escolhas e da minha vida. Mas, com o passar do tempo, cada vez mais sinto que nada é por acaso. E a maturidade que me trouxe tudo isto é uma experiência que servirá para passar às minhas filhas e a quem quiser. O que não significa que não continue a ser uma menina por dentro, acho que todos temos que ter uma criança dentro de nós. Muitas pessoas dizem que sou uma menina-mulher, mesmo com 27 anos, e pretendo continuar assim. Faz-me bem, faz-me feliz ser assim. É importante saber quando ser séria e quando brincar.
– É feliz?
– Sou equilibradamente feliz, alguns dias mais, outros dias menos, mas sempre feliz!