O historiador e comunicador José Hermano Saraiva foi ministro da Educação entre 1968 e 1970. Quando deixou o governo, foi exercer o cargo de embaixador de Portugal no Brasil, o que fez entre 1972 e 1974.
Depois da Revolução, popularizou-se pelos seus inúmeros programas televisivos sobre História de Portugal, onde mostrou os seus dotes de comunicador. Mais tarde foi professor na Escola Superior de Polícia e na Universidade Autónoma de Lisboa.
Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa da História e da Academia de Marinha, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, no Brasil e Sócio Honorário do Movimento Internacional Lusófono. Recebeu a grã-cruz da Ordem da Instrução Pública, a grã-cruz da Ordem do Mérito do Trabalho e a comenda da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, em Portugal, e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco do Brasil.
Era casado há mais de 60 anos com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Marquês de Sá da Bandeira, de quem tinha cinco filhos que lhe deram seis netos. Números que dizem muito sobre a longa vida deste homem que mereceu a distinção do Globo de Ouro de Mérito e Excelência em 2003. “Essa lenda da terceira idade é uma lenda a corrigir”, defendeu na altura, no seu português irrepreensível. “Sou a primeira admiradora do meu marido”, referiu nessa noite, orgulhosa, Maria de Lourdes, a quem o historiador dedicou o galardão. Afinal, com ela formou uma dupla que está para lá “do respeito, da compreensão e do amor”, já que a ex-professora de Românicas o ajudava muito nos trabalhos literários, como frisou então. “Somos um casal que funciona bem, e isso é importante.” Carinhosas foram também as palavras de Maria de Lourdes quando falou desta longa relação. “A chama não é a mesma. A princípio há paixão, mas depois fica um amor duradouro que vai sendo sempre maior.”
(Em atualização)