Vanda Pires, amiga de Carlos Castro, testemunhou ontem na segunda sessão de julgamento de Renato Seabra, em Nova Iorque. Durante a audiência, Vanda afirmou que o casal se mostrou apaixonado nos Estados Unidos e que só na manhã do crime, a 7 de janeiro de 2011, é que Carlos Castro lhe disse que tinham passado a noite a discutir. “Disse-me que ia antecipar a viagem de regresso a Portugal e que cada um seguiria o seu caminho”, contou.
Segundo Vanda, Renato Seabra disse ao cronista na véspera do crime: “Já não sou gay e prefiro masturbar-me a dormir com um homem mais velho”.
Com este testemunho, o Ministério Público tentou provar que o jovem estava lúcido e que tudo corria bem até à véspera do homicídio. Só na noite de dia 6 de janeiro, quando Vanda Pires chegou ao hotel Intercontinental para irem jantar, é que encontrou Carlos Castro “infeliz”, à procura de Seabra, que teria saído com umas raparigas que tinha conhecido. “O Carlos era capaz de lhe entregar o cartão de crédito. Deu-lhe dinheiro para jogar”, revelou Vanda, sobre uma ida aos casinos de Atlantic City.
Vanda Pires recordou também os jantares com Castro e Seabra, durante os quais pareciam verdadeiramente apaixonados. “Lembro-me do Renato estar a dar-lhe comida à boca e o Carlos responder com um sorriso. Pareciam muito amigos e cúmplices. Era uma relação normal”, explicou.
De acordo com o advogado do jovem, David Touger, a mudança de comportamento descrita por Vanda Pires é “muito importante” e será “demonstrada à medida que o julgamento avance”.
O testemunho de Vanda Pires continuará esta quinta-feira. Na terceira sessão, serão ainda ouvidos elementos do staff do hotel, entre eles o segurança e a empregada de limpeza que esteve no quarto onde a vítima foi encontrada.
“Já não sou gay”, disse Renato Seabra a Carlos Castro na véspera do crime
Vanda Pires, amiga de Carlos Castro, testemunhou durante o julgamento de Renato Seabra e afirmou que o casal tinha discutido na véspera da morte do cronista social, a 7 de janeiro de 2011.