O Natal foi o ponto de
partida para esta conversa, mas rapidamente a história de amor de Marta
Fernandes, da qual nasceu Maria, de dois anos e meio, nos prendeu a
atenção. Em 2008, a atriz foi de férias para Cuba e conheceu Yanni Costa,
um nadador-salvador cubano 11 anos mais novo, que viria a tornar-se o seu “amor
eterno”. Apaixonaram-se quase ao primeiro olhar. E quando Marta teve de
regressar a Portugal, não conseguiu esquecer o que viveu. Foram alimentando a
relação através de telefonemas diários de 30 minutos, até que a atriz decidiu
voltar e apostar neste amor. Ficou em Cuba durante quatro meses e quando
regressou a Lisboa já vinha grávida. Daí até Yanni vir ter com ela, foram
apenas umas semanas. Casaram-se dois meses antes de Maria nascer.
– Como conseguiram fazer com que este amor resultasse?
Marta Fernandes – Houve um grande investimento da nossa parte! Quando me
vim embora da primeira vez, ele não tinha telefone em casa, não tinha como me
contactar… Então combinávamos uma hora e eu ligava para casa de uma vizinha
dele. E isso tornou as coisas ainda mais especiais. Tive de pensar muitas vezes
se devia ou não continuar aquele investimento. Vivíamos os dois na expectativa
se o outro ligava ou atendia o telefone. Foi muito intenso e eu sentia o
entusiasmo dele cada vez que atendia o telefone. E isso foi também alimentando
o meu sentimento.
– Muita gente à sua volta deve ter achado que estava doida…
– Claro, a minha família achou que eu estava enlouquecida! Mas, também, já
estavam habituados a que eu tomasse decisões repentinas, por isso, o ter
voltado a Cuba passados dois meses não foi estranho. O grande choque foi quando
lhes liguei a dizer que estava grávida. Voltar, conhecer a família do Yanni e
apostar nesta relação foi a melhor decisão que tomei, foi a decisão que ditou o
rumo da minha vida até este momento.
– A gravidez foi planeada?
– Eu queria, mas não planeei. Deixei que acontecesse. E independentemente de
como as coisas correrem daqui para a frente, eu já recebi o presente maior da
vida, que é a minha filha. E o Yanni vai estar para sempre na minha vida, vai
ser o meu amor eterno, porque foi deste amor que a Maria nasceu.
– Têm uma bonita história de amor para um dia contar à Maria…
– Pois temos. E mesmo nós próprios relembramos muitas vezes a nossa história e
emocionamo-nos com ela. Às vezes, é preciso voltar atrás e lembrar como, onde e
porquê tudo começou. Porque foi uma coisa tão do coração, tão verdadeira, que
não a podemos deixar deturpar, o que é muito fácil de acontecer no nosso
dia-a-dia. Ficamos também muito concentrados na Maria e, por vezes, é bom
concentrarmo-nos só em nós. E aí fazemos essa retrospetiva.
– A família do Yanni continua toda em Cuba. A Maria já os conhece?
– Sim, independentemente da distância, a Maria já conhece e reconhece a família
do pai e fala neles. Nós fomos lá quando ela tinha nove meses, em janeiro de
2011, e a mãe do Yanni esteve cá quando a Maria festejou o primeiro
aniversário. Mas falamos muitas vezes pela Internet, mandamos fotografias, ela
fala com eles ao telefone… No Natal do ano passado, fizemos uma ligação pela
Internet e estivemos um bocadinho à conversa. Se bem que é complicado, porque
lá não têm acesso e têm de ir a casa de outras pessoas. Este ano vai ser igual.
Custa-nos um bocado esta ausência, principalmente nestas épocas festivas em que
nos apetecia juntar as famílias. Tenho pena de ela não poder usufruir mais da
companhia deles. Quando for maior, vai começar a ir para lá passar férias de
verão. E quando tiver uma pausa no trabalho, talvez consigamos ir lá por 15
dias.
– O Yanni não gostava de voltar para Cuba?
– Ele tem muitas saudades, porque é muito ligado à família, mas tinha muita
vontade de experimentar o mundo e a vida fora de lá, por isso está a desfrutar
ao máximo das coisas a que tem direito aqui. Por isso, para já não pensamos ir
para lá. Costumamos dizer que quando formos mais velhinhos vamos. Imagino-me a
viver lá quando a Maria já for grande e tiver a vida dela, até porque me sinto
muito bem lá.
Marta Fernandes conta como Maria é fruto de um conto de fadas
A protagonista de ‘Chiquititas’ diz que a acharam doida por ir atrás do pai da filha para Cuba.