Há cerca de quatro anos, Luís Costa Branco despediu-se dos telespetadores da SIC Notícias e partiu para Luanda com a missão de ser responsável pela delegação do semanário Sol em Angola. Na altura, o jornalista encarou a mudança com entusiasmo já que, dessa forma, poderia concretizar o projeto de ‘assentar’ na terra natal da manequim Nayma, com quem se tinha casado um ano antes. No entanto, o casal acabaria por atravessar uma crise na sua relação e, em janeiro de 2011, os dois separaram-se, dando início ao processo de divórcio, que acabou por avançar por via litigiosa na justiça angolana.
Há dois meses, Luís Costa Branco, de 41 anos, regressou a Portugal, para integrar a equipa da Benfica TV e, com ele, trouxe a atual companheira, Weza Silva, de 29 anos, o filho de ambos, Kendi, que completa dois anos no final de outubro, e uma vontade inabalável de vencer mais um desafio de vida, como disse em entrevista à CARAS.
– Há cerca de um ano, disse à CARAS que não tinha intenção nenhuma de regressar a Portugal. O que o fez mudar de planos?
Luís Costa Branco – O caráter da proposta que recebi da Benfica TV e a conjugação de uma série de fatores que me levaram a ponderar a qualidade de vida em Luanda e a optar, depois de conversar com a minha mulher, por mudar para Lisboa. Apesar de tudo, Portugal oferece outra qualidade de vida e de resguardo para nós.
– E para o seu filho…
– A questão foi toda centrada nas necessidades dele. Apesar de todo o desenvolvimento que Angola tem tido, ainda não oferece a diversidade e a qualidade no que respeita a cuidados de saúde, estímulos, oportunidades e bem-estar no que toca à educação.
– Ele adaptou-se bem à mudança?
– Tivemos a felicidade de a mudança ocorrer no verão, portanto, em termos climatéricos, que era aquilo que poderia afetá-lo mais por não estar habituado a lidar com o frio, foi uma transição progressiva. Essa era a única coisa que eventualmente o poderia surpreender.
– Ser pai era um desejo antigo?
– Era um desejo muito antigo. Vou dizer uma verdade de La Palisse mas, no meu caso, foi um processo que, pela sua intensidade, jamais esquecerei.
– Que recordações guardará dos anos que viveu em Luanda?
– Das pessoas com quem lidei e com quem tive uma relação de empatia muito forte, do clima extraordinário e da riqueza de paisagens naturais. Depois, há outras coisas não tão positivas… não viverei a alimentá-las, mas não me vou esquecer delas.
– Já está oficialmente divorciado?
– Em Angola, sim. Agora está a decorrer o processo de transcrição para o ordenamento jurídico português. É uma questão processual, tem a ver com o tempo que estes processos demoram.
– O processo já decorre há dois anos e meio. Foi mais tempo do que estava à espera?
– Sim.
– A sua intenção era que fosse um divórcio amigável, mas acabou por se arrastar em tribunal…
– Acabou por ser um processo que teve um desfecho de mútuo acordo. É uma coisa que não apago da memória, um momento que faz e sempre fará parte da minha vida, mas não correu da forma que eu gostaria.
– Chegou a dizer-se que o divórcio aconteceu por ter conhecido a sua atual companheira. É verdade? Houve traições?
– Há duas formas de responder a isso: os protagonistas diretamente envolvidos terão consciência do que se passou e daquilo em que estiveram bem ou mal. Haverá também uma outra leitura, que encaixa melhor em determinados guiões. Portanto, mantendo a questão na esfera da privacidade e do respeito por todas as pessoas, acho que se pode dizer que houve um encantamento que correspondeu com um desencanto. Depois, cada um fará a leitura que entender e arrumará as coisas onde melhor entender para lidar com o seu dia-a-dia. De uma coisa tenho perfeita consciência: não me envergonho de nada do que fiz e do que decidi. Obviamente, a dor em pessoas que nos são próximas nunca é uma coisa agradável, mas viver angustiado e menos feliz para não provocar dor a terceiros também não me parece razoável.
– Agora que esse capítulo está encerrado, partirá para outra fase da sua vida?
– Já parti para outra fase há algum tempo, mas esta ficou tranquilamente encerrada.
– Faz parte do seus planos oficializar a relação com a Weza ou, depois da experiência passada, preferia não o fazer?
– Essas coisas pertencem a uma esfera de intimidade… Procuro ser pragmático na minha vida, portanto, arrastar fantasmas e pesos, neste caso ou noutros, não faz muito parte do meu feitio. As coisas aconteceram de determinada forma, mas, com outros protagonistas, não têm de ser iguais. É uma coisa que teremos de pensar e decidir a dois.
– Lisboa é agora a vossa base. Sendo a sua mulher assistente de bordo, é fácil lidar com as ausências?
– Neste momento, estamos numa fase em que não há afastamento. Estamos ambos em Lisboa e a tentar perceber como iremos organizar-nos no que diz respeito a uma coisa que, para mim, é muito importante, que é ela sentir-se ambientada, ocupada, realizada, feliz.
– Mas continua a trabalhar como assistente de bordo?
– Neste momento, não. Está de licença sem vencimento até novembro. É um processo que está a terminar e agora vamos ter de perceber qual é o passo seguinte.
– Como é que se conheceram? A bordo de um avião?
– Não. Foi em Luanda, através de amigos em comum.
– Têm construído uma história bonita?
– Isso parece-me indesmentível. Ela é uma pessoa extraordinária, muito forte e amiga.
– Deixar o país e a família para o acompanhar nesta nova aventura em Lisboa foi uma grande prova de amor…
– Sim, é uma prova de que se quer ter uma vida a dois, neste caso a três, com o Kendi.
– É importante para si que o Kendi tenha um irmão em breve?
– Acho que as crianças precisam de companhia, por isso é que vão para a creche. Tenho sempre aquele preconceito de os filhos únicos serem um pouco mais mimados ou protegidos… Acho que a partilha faz sempre bem e é importante na formação da personalidade. Por isso, não é um objetivo que esteja posto de parte, mas também não é algo que se programe a régua e esquadro.
Luís Costa Branco de volta a Portugal após divórcio de Nayma
"Não me envergonho de nada do que fiz e decidi”