Enérgica, divertida, lutadora e muito positiva, assim se revelou Noua Wong durante a tarde em que embarcámos numa viagem pelo seu universo. Nascida no Brasil e com pais brasileiros, é em Portugal que a atriz se sente em casa, já que se mudou para cá aos oito anos.
As suas raízes são, no entanto, muito diversificadas, tendo família chinesa, italiana e índia, dos índios da Amazónia. E é essa amálgama de culturas que lhe confere o seu ar exótico. Um ar que a atriz explorou nesta sessão fotográfica que a CARAS fez em pleno rio Tejo. Mas aproveitar o seu lado mais característico não é uma novidade para Noua, uma vez que foi no mundo da moda que começou o seu percurso profissional. Depois de ter passado também pela dança, descobriu aos 22 anos a sua verdadeira paixão: representar. Acerca do seu percurso como atriz confessa que tem tido sorte e recentemente pudemos vê-la em Dancin’ Days, da SIC, na pele de Filipa.
Aos 30 anos, Noua confessa-se workaholic, afirma que não gosta de estar parada e que casar-se e ser mãe não está nos seus planos imediatos. A atriz namora com Vítor Fonseca, conhecido como Cifrão, há sete anos, e se é com entusiasmo que fala da vida profissional, é com cautela e resguardo que aborda o lado pessoal.
– Tenho de começar por lhe perguntar qual é a origem do seu nome…
Noua Wong – Eu nasci no Brasil, onde há uma grande mistura de culturas, e quando um amigo da minha mãe viajou ao Taiti, veio de lá com o nome Noua, que significa ‘lua’. A minha mãe adorou e acabou por escolhê-lo. Wong é do lado do meu avô chinês.
– Ainda tem muitas ligações ao Brasil?
– Tenho alguns familiares lá, mas a maior parte da família esta cá e foi em Portugal que cresci. Estive no Brasil a estudar representação durante três meses e senti que estava no estrangeiro. Já tinha saudades de casa.
– É atriz, mas o seu percurso profissional começou pela moda…
– Sim, aos 11 anos. Aos 14 entrei no mundo da dança e aos 22 comecei a representar. Foi aí que percebi que representar era o que queria fazer para o resto da minha vida.
– E era isso que queria ser quando era pequena?
– Na altura eu não sabia o que queria ser. No entanto, os meus pais trabalhavam em televisão, na parte da produção, e as brincadeiras com a minha irmã sempre foram comigo a fazer macacadas à frente das câmaras e ela atrás, a realizar. Mas é engraçado que hoje eu sou atriz e ela seguiu edição de imagem.
– Como tem sido o seu percurso enquanto atriz?
– O balanço é bastante positivo. Tenho tido sorte, que é um fator muito importante nesta área. Aliás, costumo dizer que é 50/50, porque podemos ter muito talento, mas se não tivermos sorte ficamos em casa ou fazemos outra coisa. Mas eu tenho tido bastante sorte, porque nunca chego a estar mais do que um mês ou dois parada. E não fico parada porque continuo a trabalhar nas áreas da moda e da dança, o que para um workaholic como eu é ótimo!
– É mesmo workaholic?
– Sou mesmo! Quando tenho menos trabalho penso no que posso fazer para aperfeiçoar algu-ma coisa, ou como preparar-me
para o próximo trabalho, que cursos ou workshops posso fazer. Estou sempre com a cabeça no trabalho. É estranho, mas sou feliz assim.
– A família e os amigos não se queixam dessa dedicação ao trabalho?
– Sim, sobretudo quando estou numa novela, que tem um ritmo mais exigente. E eu fico muito consumida quando estou num projeto. Claro que gosto muito de estar com a família e os amigos e tento gerir a minha vida para estar presente nos momentos importantes. Mas todas as pessoas percebem.
– O Vítor, seu namorado, também compreende?
– Sim, porque ele é como eu!
– E como conciliam o facto de serem ambos tão focados no trabalho?
– É bom ele ser workaholic como eu, pois compreendemo-nos
e apoiamo-nos um ao outro. Enquanto houver compreensão, as coisas funcionam.
– Que balanço faz destes sete anos de namoro?
– Têm sido sete anos muito bons. Somos felizes e isso é que importa.
– Casarem-se e terem filhos faz parte dos vossos planos?
– Para já, não, estamos bem assim. Somos os dois muito focados nas nossas carreiras e enquanto funcionar assim, ótimo.
– Mas a Noua gostaria de ser mãe?
– Sim, gostaria, mas daqui a alguns anos. Tudo tem o seu tempo e ainda não sentimos esse apelo. E como disse antes, temos tido sorte nos nossos trabalhos, por isso temos de aproveitar esta onda!
– Um dos papéis que essa maré de sorte lhe trouxe foi o de Filipa, em Dancin’ Days. Como foi essa experiência?
– Foi muito boa. Fiquei muito contente com a minha personagem, que cresceu mais do que estava previsto no início da novela. Mas foi evoluindo e isso deixou-me muito feliz.
– Falou em ter sorte, mas também parece ser uma pessoa lutadora…
– Sim, não tenho vergonha de ir atrás daquilo que quero e de lutar por isso. Tento estar sempre em cima dos acontecimen-tos, descobrir que novos projetos existem, procurar castings, procurar diretores e falar com eles. Ficar em casa à espera de que algo aconteça é muito cómodo, mas também muito triste. Porque se não procurarmos a sorte e ela não vier ter connosco, não chegamos a lado nenhum.
– Durante esta produção disse várias vezes a frase ‘Vai dar tudo certo’. Porquê?
– Os meus pais sempre foram pessoas muito positivas e incutiram-me esse espírito. Eu acredito que se tivermos pensamentos positivos as coisas boas acontecem. E recentemente tenho estado com uma ami-ga que me relembrou essa frase que eu voltei a dizer. É o meu lado positivo a trabalhar. [risos]
– Encara a vida com muito otimis-mo, portanto.
– Sim sem dúvida! Acredito que quem faz o bem recebe o bem.
– Com mais otimismo agora que tem 30 anos?
– Fiquei muito entusiasmada quando fiz 30 anos! Não aconteceu nada de diferente, mas adoro fazer anos e é giro ter 30. No entanto, desde miúda que digo que quando tiver 40 vou estar no meu auge, não sei porquê! [risos] Logo se vê, mas para já sinto-me lindamente!
Noua Wong: “Não tenho vergonha de ir atrás daquilo que quero”
Aos 30 anos, a atriz é uma mulher determinada que encara a vida com um sorriso e uma atitude positiva.