Apaixonado
por surf e pelo mar, Matthias Contzen, de 49 anos, visitou pela
primeira vez Portugal há 25 anos. Há 16 decidiu trocar a Alemanha, por
Cascais, aliciado pelo clima e pela possibilidade de exercer a sua profissão
como escultor. “A matéria-prima deste país é fabulosa, a luz, indescritível,
e posso trabalhar ao ar livre. Nada disso é possível na Alemanha. Lá trabalhava
numa garagem horrível, escura e fria, e o meu trabalho não estava a correr bem.
Aqui, com a inspiração do oceano e tudo o mais, as esculturas são mais alegres”,
explica, contando que lhe foi fácil adaptar-se ao nosso país: “Fui muito bem
recebido. Não falava uma palavra de português, mas fui logo para uma escola
durante dois meses e tudo correu bem. Os portugueses gostam muito quando um
estrangeiro se esforça e apoiam-no. É muito bom viver aqui, sou um apaixonado
por Portugal. Viajo muito, em especial para expor os meus trabalhos ou fazer
obras públicas, mas volto sempre a Portugal.”
Recém-separado de uma portuguesa, mãe dos seus filhos, Julian, de 19
anos, e Luca, de 14, o escultor diz ter uma relação de grande
cumplicidade com ambos: “Somos os três muito carinhosos e fomentamos muito o
amor. É muito bom. Sou um pai muito orgulhoso. Fazemos muitos programas os três
e damo-nos todos muito bem. Eles estão na minha casa ou na casa da mãe sempre
que querem. Não há regras e estamos todos em paz.” De parte ficam algumas
‘regras’, já que acredita que a individualidade de cada um deve ser respeitada:
“Não sou autoritário, antes pelo contrário. Deixo-os fazer o que quiserem e
às vezes tenho de intervir, mas o mínimo possível. O mais importante é que eles
sintam o amor que tenho, tudo o resto surge naturalmente. Eles têm de escolher
o caminho deles, eu apoio. Sou a favor de uma educação livre, focada nos
talentos de cada um e não na obrigatoriedade da sociedade.”
Matthias Contzen acaba de inaugurar uma exposição coletiva no espaço que
dirige, a Sculpture Factory, em Pêro Pinheiro. “Esta exposição é focada na
beleza e todos os que participamos achamos que é algo que faz muita falta neste
mundo. Somos 12 escultores e três pintores. O princípio de todos é encontrar a
beleza e a luz e isso reflete-se em cada obra. Neste espaço é muito fácil ir
buscar inspiração, além de que a matéria-prima com que trabalho, a pedra, está
presente ao virar de cada esquina nesta localidade”, explicou o escultor.
Matthias Contzen, um alemão apaixonado por Portugal
Foi no espaço que dirige, a Sculpture Factory, que o escultor alemão posou com os filhos, Julian e Luca, junto das suas peças, mas também das dos artistas com quem partilha uma exposição.
+ Vistos
Mais na Caras
Mais Notícias
Parceria TIN/Público
A Trust in News e o Público estabeleceram uma parceria para partilha de conteúdos informativos nos respetivos sites