A especulação em torno
dos alegados abusos sexuais cometidos por Woody
Allen sobre a filha adotiva Dylan
Farrow, na década de 90, continua. Depois de a jovem ter enviado uma carta
aberta ao jornal New York Times a
relatar a sua versão dos factos, o advogado do cineasta, de 78 anos, negou
todas as acusações e relembrou que o caso foi julgado na altura e encerrado por
não haver qualquer prova. Elkan
Abramowitz disse ainda que o ressurgir deste assunto numa altura em que
Allen está a numa excelente fase a nível profissional – recebeu o Golden Globe
Award de carreira no mês passado e o seu filme Blue Jasmine está na corrida aos Óscares – é suspeito e provavelmente
o resultado de mais um plano da ex-companheira do realizador, a atriz Mia Farrow, que continua a querer
vingar-se por ter sido ‘trocada’ por outra mulher. De referir que o caso
remonta à época em que Allen e Farrow estavam a separar-se, depois de 12 anos
de vida em comum. O cineasta apaixonou-se por aquela que é hoje a sua mulher, Soon-Yi Previn, filha adotiva da atriz e do seu anterior marido.
Moses Farrow, outro filho adotivo
dos dois, de 36 anos, veio a público defender a inocência do pai. “É óbvio que Allen não violou a minha irmã.
Ela gostava muito dele e estava sempre ansiosa por vê-lo. Nunca se tinha
escondido dele, até que a nossa mãe começou a fazer com que os filhos sentissem
medo e ódio dele”, afirma Moses à revista People.
Na carta enviada ao New York Times,
que foi publicada na íntegra no blogue do colunista norte-americano Nicholas Kristof, amigo de Mia Farrow,
Dylan recorda a tarde em que alegadamente foi vítima dos abusos: “Quando eu tinha sete anos, Woody Allen
levou-me pela mão e conduziu-me até um sótão sombrio tipo armário no segundo
andar da nossa casa. Disse-me para me deitar de barriga para baixo e brincar
com o comboio elétrico do meu irmão. Então, atacou-me sexualmente. Falou comigo
enquanto o fazia, segredando que eu era uma boa menina, que era um segredo
nosso, prometendo que iríamos para Paris e que seria uma estrela nos seus
filmes”.
Ao que Moses responde: “Nesse dia estavam
seis ou sete pessoas em casa. Ninguém esteve fechado num quarto. A minha mãe
saiu discretamente para ir às compras. Não sei se a minha irmã acredita mesmo
que foi violada ou se está a fazer isto para agradar à minha mãe. [Agradar-lhe]
pode ser uma grande motivação, porque tê-la
contra nós é terrível”.
E Dylan Farrow, que entretanto decidiu mudar de nome para ter uma vida mais
tranquila, fez questão de responder às palavras do irmão, que está bastante
afastado da mãe, por ter uma boa relação com o pai. “É uma traição para mim e para a minha família. As minhas recordações
são reais, são minhas e sou eu que vou ter que viver com elas para sempre”,
afirmou.
A verdade é que, confrontando os relatos de um e outro podem ser encontradas
mais contradições. Enquanto Moses recorda uma mãe que “se enfurecia de uma maneira assustadora”, chegando mesmo a ser
violenta, Dylan diz que apenas eram mandados para os quartos quando ficavam de
castigo.
Moses e Dylan Farrow foram adotados durante a união de Woody Allen e Mia
Farrow. Em 1992, com o fim da mesma, a custódia de ambos tornou-se objeto de
disputa e o tribunal acabou por atribuir a guarda à mãe.
Filho adotivo de Woody Allen nega que este tenha abusado da irmã
Moses Farrow defende o realizador, de 78 anos.
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