Oscar Pistorius começou hoje a ser julgado pelo homicídio da namorada, Reeva Steenkamp, no Tribunal Superior
de Pretória, África do Sul. O atleta paralímpico chegou à sala de audiência
rodeado de fotógrafos e jornalistas e também por alguns seguranças, uma vez que
no exterior estavam concentrados alguns populares indignados.
A juíza começou por ler acusação e, quando interrogado, Pistorius declarou-se “não culpado”. Manteve-se depois em
silêncio e de olhos fechados enquanto o seu advogado, Kenny Oldwage, passou a explicar a sua versão dos factos.
O representante do atleta voltou a afirmar que,na noite da tragédia, este disparou
à queima-roupa para a porta da casa de banho, onde Reeva Steenkamp se
encontrava, por achar que se tratava de um intruso e disse ainda que o seu
cliente nega ter discutido com a modelo.
Uma vizinha de Pistorius foi a primeira testemunha a ser ouvida e relatou os factos
ocorridos naquela noite. “Foi
traumatizante para mim. Eram gritos terríveis. Deixam-nos gelados, não dá para
traduzir em palavras a ansiedade na voz dela”, descreveu a testemunha,
explicando que ouviu gritos e quatro tiros por volta das 3h00 da manhã.
Durante o julgamento, que deverá prolongar-se durante três semanas, serão
ouvidas mais de 100 testemunhas. Acusação e defesa concordam que o desportista
matou a namorada a tiro através da porta da casa de banho, mas enquanto a
primeira defende que foi um crime premeditado, a segunda garante que se tratou
de um equívoco e que não havia qualquer intenção de matar.
De referir que Oscar Pistorius saiu em liberdade de 2 de fevereiro de 2013,
depois de ter pago uma caução. Para preparar a sua defesa ao pormenor,
contratou uma prestigiada equipa de advogados, investigadores forenses e
relações públicas.
Pistorius foi o primeiro atleta com as duas pernas amputadas a disputar uns
Jogos Olímpicos, em 2012. Na altura, o corredor chegou às meias-finais da prova
de 400 metros.
Homicídio de Reeva Steenkamp: Oscar Pistorius declara-se “não culpado”
Oscar Pistorius
Getty Images
Oscar Pistorius
Getty Images
O atleta paralímpico começou a ser julgado esta segunda-feira, dia 3, pelo homicídio da namorada, um crime que remonta a 14 de fevereiro.